Mais Direitos Humanos em escola de Diadema

Na última terça-feira (24/5), o advogado Diogo Moure dos Reis Vieira, formado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), visitou a Escola Estadual Anecondes Alves Ferreira, em Diadema, na grande São Paulo, para conversar com 60 estudantes do ensino médio sobre Direitos Humanos. É a segunda vez que a escola recebe especialistas no tema por conta de pedido feito no Quero na Escola.

Diogo fez uma apresentação com o histórico da discussão dos Direitos Humanos no mundo, desde o pós 2ª Guerra Mundial e a Declaração Universal de Direitos Humanos (1948), passando pelas questões de Direitos Humanos no Brasil (Ditadura Militar e a Constituição de 1988, evolução e conquistas dos Direitos Humanos no Brasil). Comparou o dia a dia dos brasileiros com outros países (desenvolvidos e em desenvolvimento), mostrou os índices da ONU e finalizou com temas atuais como crise migratória de refugiados, reaproximação dos EUA e Cuba, e perspectivas para os Direitos Humanos no Brasil e no Mundo, para as próximas décadas

Veja o relato do profissional sobre essa manhã com os estudantes:

DH_diadema2“Fui muito bem recebido pelos professores e pelos alunos. Fiquei impressionado com a atenção deles, todos muito concentrados, até os professores ficaram surpresos. Busquei usar uma linguagem menos técnica, tomei bastante cuidado para falar de uma forma acessível para deixar o tema mais atraente.

Eles fizeram várias perguntas sobre o descumprimento dos Direitos Humanos, e questionaram por que muitas pessoas violam os Direitos Humanos, e inclusive em países desenvolvidos não cumprem os direitos humanos. Expliquei que a ONU e uma rede mundial estão de olho na fiscalização, mas é difícil acompanhar tudo o que acontece em um mundo com 7 bilhões de habitantes.

Eles não conseguiam entender a discrepância entre a teoria dos Direitos Humanos, que é muito bonita, e a prática. Para um primeiro contato com o tema foi bastante interessante. Acho super válido levar este tipo de debate para a escola.”

A professora Caroline Gouveia acompanhou a palestra e disse que o tema desperta enorme interesse nos alunos. “Diogo adotou uma linguagem simples e uma abordagem investigativa, o que possibilitou a participação de todos. Nossos estudantes adoraram a intervenção e o elogiaram. Como participante docente, parabenizo a articulação com temas cotidianos e que contemplaram a temática da educação”, disse a professora.

Esta foi a segunda vez que a EE Anecondes Alves Ferreira recebeu voluntários para falar sobre Direitos Humanos. O primeiro aconteceu em março. Os encontros foram realizados pelo Quero na Escola, após um aluno pedir que o tema fosse debatido em sua escola.

Depoimento de aluna que recebeu segundo voluntário de fotografia em Curitiba

A Ana Paula de Carvalho, estudante do Colégio Maria Aguiar, em Curitiba, teve seu pedido por aula de fotografia atendido pela segunda vez na última quinta-feira. Da primeira, o documentarista Marcio Pimenta falou de fotojornalismo e desta vez Nuno Papp, especializado em Moda e Publicidade atendeu a solicitação feita no Quero na Escola.

Ana nos envia relatos tão legais que, desta vez, a gente só vai passar a palavra para ela. Olha só:

foto_curitiba2.jpg“Foi muito bacana!!! No início, o Nuno mostrou para gente cada detalhe de uma foto: como é feita, a seleção do casting de uma agência de modelos, todo o processo de montagem de uma fotografia destinada ao marketing de uma organização e até valores (o que gera muita curiosidade em nós, leigos).

Enquanto ele falava, o assistente dele passava as fotos feitas pelo Nuno e sua equipe, no slideshow. Realmente são muito bem produzidas; isso fez com que nós valorizássemos ainda mais a palestra. As pessoas interagiam, faziam perguntas a ele.

Mas acredito que o mais legal ele deixou para o final! Em determinado momento ele convidou uma aluna a ser fotografada por ele para nos ensinar a importância da luminosidade na fotografia. Foi bem bacana. A Caroline (aluna escolhida) subiu até o palco do auditório e então ele tirou umas cinco fotos dela.

Eu fui conversar com ele no início da apresentação, junto ao professor Mário e acredito que ainda iremos ver o Nuno algumas vezes na escola.

foto_curitiba3Eu espero muito que ele tenha se sentido bem recebido por nós, porque foi bem proveitosa a palestra. No final, alguns alunos esperaram para tirar suas dúvidas, e acredito que é nesse momento (quando acaba a palestra) que realmente se vê a qualidade do que foi apresentado: quando existem pessoas que se interessaram pelo que você disse e guardam o momento ideal para compartilhar suas dúvidas ou ideias com o palestrante.

A imagem que nós fizemos do voluntário foi a de um homem sofisticado, profissionalíssimo e caridoso, que dedicou um tempinho da agenda pra inspirar muita gente! Eu realmente espero que ele volte mais vezes!!

Valeu mais uma vez, pessoal!! É muito legal estar envolvida no projeto.Que venham as próximas :)”

O Quero na Escola dá voz a estudantes que gostariam de aprender algo além do currículo. Clique aqui para cadastrar um pedido ou aqui para se voluntariar para atender a uma escola.

Um encontro para discutir feminismo e representatividade LGBT na escola

Quando uma cantada ou uma paquera passa a ser assédio?”, “Qual é a definição de abuso e o que fazer se isso acontecer comigo?”, “O que é estereótipo de gênero?”, “Existe uma ‘cultura do estupro’?”, “. Essas foram algumas das dúvidas levantadas por estudantes do Ensino Médio do Colégio Estadual Missionário Mário Way, da zona oeste do Rio de Janeiro, na última sexta-feira, durante uma palestra de três representantes do coletivo feminista Não me Kahlo.

feminismo_rio2Bruna Rangel, graduada em Direito e pós graduanda em Sociologia e Cultura, Thaysa Malaquias, arquiteta, e Bruna de Lara, estudante de Jornalismo, foram voluntariamente à escola conversar com cerca de 100 alunos depois que um estudante pediu uma palestra sobre Feminismo e Representatividade LGBT, no site do Quero na Escola. O projeto fez a ponte entre a escola e o coletivo e realizou o evento.

As três optaram por fugir do formato convencional de palestra, no qual o convidado expõe um tema e no final, quase sempre com pouco tempo, a plateia faz perguntas. A proposta foi fazer um encontro e projetar na tela alguns assuntos para estimular os estudantes a fazerem perguntas, tirarem suas dúvidas e se expressarem.

As voluntárias explicaram que estereótipos de gênero são condutas e comportamentos culturalmente relacionados a um determinado gênero, e construídos socialmente (em casa, nas escolas, nas universidades) como se fossem “naturais”, como, por exemplo, brinquedo ou atividade para meninos e para meninas. “O que é reservado a uma postura ativa é [culturalmente] relacionado ao gênero masculino e a postura passiva é [culturalmente] relacionada ao gênero feminino. É esperado que ele seja o provedor, o líder, o racional, enquanto de nós [mulheres] é esperado emoção, irracionalidade. Tudo isso é estereótipo de gênero”, explicou Thaysa.

feminismo_rio5Um aluno questionou se não haveria papéis pré-definidos para homens e mulheres, como, por exemplo, quando acontece um problema elétrico na casa, é esperado que o homem vá consertar. Ao que Thaysa respondeu: “Certamente você está falando isso com base na sua vivência, na sua família, mas nem todas famílias são assim. Minha mãe é divorciada, então sempre que precisava consertar algo lá em casa era a gente que resolvia”.

As integrantes do coletivo falaram também sobre a cultura machista que não permite que a mulher seja dona do próprio corpo, que sexualiza os seios, permitindo que sejam expostos no Carnaval, mas proibidos na praia, nas ruas, e até alvo de censura na hora da amamentação em público, sobre homofobia, abuso sexual, assédio, estupro e os direitos da população LGBT.

Debate importante

Alunos, voluntárias e educadores acharam fundamental debater na escola assuntos que estão sendo abordados diariamente nas ruas e nas redes sociais. “Achei muito bom a gente poder se expressar e debater. Mostra que a escola não é aquela coisa monótona e chata. A turma do LGBT sofre muito preconceito, eles não são aceitos de fato. Há muitas mortes por causa da homofobia, então é muito importante discutir sobre isso”, disse a aluna Thaís Tavares. “Eu gostei, achei proveitoso, consegui extrair umas coisas. É bom para amadurecer a mente, porque daqui a alguns meses vamos deixar a escola”, destacou Lucas dos Santos Nascimento.

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Moisés Gomes, autor do pedido no site que motivou o encontro, contou que gostaria de ter feito um debate deste tipo na escola há alguns anos e viu no Quero na Escola uma oportunidade. “É maravilhoso ver todo mundo participando. A ideia é debater para que as pessoas possam construir uma opinião.”

Para a diretora Nivia Simm, a discussão contribui para a maturidade dos alunos e a diversidade de pensamento. O professor Vitor Gouveia, que apresentou o Quero na Escola para a turma em março, destacou que o evento foi importante para os alunos se expressarem sobre os assuntos, que raramente são abordados em sala de aula.

As voluntárias também acharam o evento enriquecedor e se surpreenderam com o nível de argumentação e familiaridade que os alunos tinham com os temas. “Saí do ensino médio há três anos e já vejo diferença entre a minha turma e a deles. Na minha escola o debate era raso, havia apenas uma ou duas meninas que discutiam feminismo. A forma como eles falaram, se sentindo à vontade, isso não acontecia na minha escola. Acho importante que o debate não pare aí. Esses estudantes vão voltar para a sala de aula e vão se retrair novamente. Quando outro debate como esse vai acontecer de novo? Tem que ser um trabalho contínuo”, opinou Bruna de Lara.

feminismo_rio4O Colégio Estadual Missionário Mario Way tem vários outros temas pedidos no site. Para ajudar, basta se inscrever como voluntário.

Qualquer estudante de escola pública pode se cadastrar no Quero na Escola! O que você quer aprender além da grade curricular?

 

 

Assista aqui trechos do encontro:

Cia de teatro leva alunos ao palco durante apresentação em escola

Duas turmas da escola estadual José Cândido de Souza, na Pompeia, São Paulo, tiveram o privilégio de ser a plateia de um verdadeiro show da Cia Repara Mundo na sexta-feira, dia 6. Gabi Pascal e Camila Marsi contaram e encenaram a história do livro Futebol: de pai para filha, de Luís Abreu. Alguns alunos até subiram ao palco e improvisaram na interpretação de personagens do conto.


O evento, que encheu de poesia e alegria um dia normal de aula, parece ter agradado a todos que participaram. “Foi uma experiência prazerosa. É sempre muito bom ver os olhos deles brilhando, vê-los participando das nossas narrações”, afirmou Gabi Pascal. A diretora da escola, Elizabeth Magnoni da Silva, concorda: “Os alunos acompanham todos os movimento e acabam interagindo durante a apresentação”, afirmou.  

Este ano, é a terceira vez que a José Cândido recebe voluntários via Quero na Escola para contar histórias aos alunos. “A contação de histórias proporciona a vivências de experiências ricas e diversificadas e também a interação social. Acalma os alunos, aumenta o repertório de histórias, a concentração e, principalmente, a alegria”, disse Elizabeth.

E, por lá, os estudantes também pediram oficinas de Acrobacia em Tecido, que ainda esperam voluntários.

Alunos recebem especialista em empreendedorismo em Guarulhos

A escola estadual Residencial Jardim Bambi, em uma rua de terra do bairro homônimo de Guarulhos, recebeu na manhã desta quinta-feira a visita da gestora de Iniciativas Empreendedoras do Inspirare, Ana Flávia Castro. A especialista se voluntariou após pedido de aluna sobre o tema no Quero na Escola.

jdbambi_anaflaviaNo encontro, ela falou das características dos empreendedores, do contexto, das dificuldades e deu exemplos bem sucedidos. Ao todo, 65 alunos do Ensino Médio participaram do encontro. A estudante Hilmara Fernandes, 16 anos, que fez o pedido, está animada com o entusiasmo dos alunos. “Agora vamos usar isso para tentar construir um app que melhore a comunicação entre alunos, professores e a escola”, comentou.

Na tarde do mesmo dia, um grupo se reuniu fora do horário de aula e começou a trabalhar na ferramenta. Os estudantes devem receber nos próximos meses outros voluntários que se inscreveram para falar do tema. “A presença de vocês aqui nos dá muita força para correr atrás dos nossos sonhos”, afirmou o aluno Italo Coutinho.

Até a professora de Sociologia, Márcia Inês de Oliveira, foi participar do evento quando terminou o trabalho. “Quando soube fiquei me coçando para ver. Acabou minha aula e vim correndo”, contou ela, que relatou ter uma iniciativa social ligada a adoção responsável de animais.

Outros voluntários já estão cadastrados para falar com os estudantes da EE Residencial Jardim Bambi sobre o mesmo tema ao longo deste ano. Ana Flávia os incentivou a testar possibilidades. “Cria, sai para para a rua e vai testar. Só quando você tem uma solução, você vê como o usuário vai lidar e colhe depoimentos para fazer melhor”, sugeriu.

Além disso, há pedidos de capoeira e fotografia na mesma escola.

Qualquer estudante de escola pública pode se cadastrar no Quero na Escola! O que você quer aprender além da grade curricular?

Escola na Pompeia não para de receber voluntários

Na última sexta-feira, Fabiana Baracchini de Laurentis passou parte da manhã e da tarde na escola José Cândido Souza, na Pompeia, São Paulo, onde contou histórias para mais de 100 alunos de cinco turmas diferentes. Além dela, a escola já recebeu outras quatro voluntárias de narração e um de truques de mágica pelo Quero na Escola. E, sexta-feira que vem, tem mais!

josecandido_fabianaFabiana no auditório da escola José Cândido de Souza com uma das turmas de alunos
Estudantes de qualquer escola pública podem se inscrever no Quero na Escola e dizer o que gostariam de aprender além do currículo. Interessados em ajudar podem se candidatar pelo site.
“A diretora e a coordenadora me receberam muito bem e acabei fazendo mais oficinas do que estava programado. Foi uma experiência muito legal”, escreveu Fabiana, que escolheu trabalhar um conto que ela mesma escreveu sobre a morte como uma transformação da vida. “Minha ideia é tratar a questão da vida e da morte como um ciclo de transformações naturais e aprendizado, e não como um tabu ou assunto que deva ser evitado”, afirmou.
Quem quiser pode conferir aqui o conto completo; ele fala sobre uma família de animais – um leão, uma girafa, uma pata, um peixe e uma minhoca – que vão mudando de acordo com as intempéries da vida. A escola também tem em aberto um pedido de acrobacia em tecido feito por uma aluna que já teve contato com a arte e não tem mais onde praticar.

Novas histórias escritas coletivamente

Mais histórias, mais uma voluntária envolvida com a educação pública, mais alunos se sentindo prestigiados e encantados com o poder da literatura. Esse foi o saldo da primeira oficina de contação de história de 2016 promovida pelo Quero na Escola na Escola Estadual José Cândido de Souza.

Na tarde desta quarta-feira, Thais Giubelli foi até o colégio e adorou a experiência. “Foi muito bacana. Eles acompanharam tudo, prestaram atenção, umas graças.”

Com os professores apoiando a ideia, a atividade lúdica acabou sendo incluída no currículo que se trabalha no dia a dia. “A professora avisou que iria passar uma atividade em sala de aula relacionada as histórias que contei”, disse Thais, mais um exemplo de como a conexão entre sociedade e escolas pode promover a construção de aprendizados de maneira significativa.

No ano passado, três voluntárias contaram histórias na mesma escola. Esta semana, outra aluna da mesma unidade fez um pedido diferente: acrobacia em tecido.

O Quero na Escola recebe pedidos de estudantes de escolas públicas de qualquer parte do País sobre o que gostariam de aprender além do currículo obrigatório. Quem quiser ajudar, basta escolher um assunto solicitado e se cadastrar.

Meditação em uma escola pública de São Carlos

Quem diria que uma aluna gostaria de aprender a silenciar dentro de uma sala de aula em um domingo de sol? “Nunca tinha meditado, era como eu imaginava, mas mais gostoso”, contou Rebeca Pires, 17 anos, estudante da Escola Estadual Arlindo Bittencourt, em São Carlos, interior de São Paulo.

Ela se cadastrou no Quero na Escola em março com dois pedidos, auxílio para fazer uma horta – ainda em aberto – e oficina de meditação. A designer Carla de Franco, que buscava uma oportunidade de colaborar voluntariamente com uma causa que a motive desde o ano passado, topou viajar de São Paulo ao interior para ajudar.

“Medito há quatro anos, Fui atrás de amigos professores, montei um esquema básico, levei computador com músicas e propus exercícios de respiração e silêncio”, explica. Além de Rebeca, uma outra aluna e uma estagiária de Pedagogia que estavam na escola aberta aos domingos participaram da atividade.

Qualquer estudante de escola pública pode entrar no Quero na Escola e dizer o que gostaria de aprender além do currículo obrigatório. Quem quiser colaborar de forma direta com o enriquecimento do currículo da escola pública, pode visualizar os pedidos e oferecer ajuda.

Na véspera de feriado, alunos viajam pela fotografia

Em plena véspera de feriado de Páscoa, o Quero na Escola estreou, em Curitiba, no Paraná. Um grupo de 20 alunos do Ensino Médio do Colégio Estadual Maria Aguiar Teixeira não arredou o pé da escola depois da aula e ficou para acompanhar a palestra do fotógrafo Marcio Pimenta sobre fotojornalismo.

Marcio é fotógrafo freelancer especializado em documentários e viagens, colaborador de publicações como National Geographic, Rolling Stone, The Guardian e El País. Recentemente, ele esteve em Mariana, Minas Gerais, registrando a tragédia que aconteceu na região após o rompimento de uma barragem de dejetos.

“Falei sobre o cotidiano de um fotojornalista freelancer: como é caro fazer Jornalismo, a importância de se desfazer de preconceitos, gastar a sola do sapato para ir a lugares aonde ninguém quer ir, sobre como a fotografia lança uma luz na escuridão. Foi realmente uma experiência incrível”, resumiu.

Marcio exibiu em um projetor os trabalhos de Mariana, fotos de cortadores de cana que trabalham em regime análogo a escravidão, o concurso de transexuais (ensaio“Coragem de ser quem são”), e haitianos no Brasil (“A difícil travessia do Haiti ao Brasil e os preconceitos que sofrem aqui”).

“Foi sensacional. Adoramos demais a presença do Marcio, e nos emocionamos com o trabalho dele. O projeto [Quero na Escola] é um veículo de grandes construções intelectuais, uma porta cultural para nós”, disse a aluna Ana Paula de Carvalho, que fez o pedido por uma aula de fotografia.

Palestrante experiente, o fotógrafo ficou impressionado com a participação dos alunos e contente em participar. “Voltar a uma escola, e ainda por cima pública, foi uma ótima experiência. A Ana Paula é incrível e muito inteligente. Fez ótimas perguntas”, relatou.

Sonia Freitas, diretora auxiliar do colégio, definiu o encontro como uma “aula de Geografia”. “Ele projetou as fotografias e foi contando sobre os lugares que visitou. Os alunos ficaram encantados e participaram muito, fazendo várias perguntas.”

Voluntário e aluna protagonista juntos 

Empolgado, Marcio adiantou que tem viagens marcadas nas próximas semanas para Campina Grande (Paraíba), Salvador, Aracaju e Porto Alegre e se dispôs a atender mais alunos inscritos no Quero na Escola.

Interessados podem se inscrever no www.queronaescola.com.br. O site é aberto para qualquer aluno de escola pública pedir aulas, oficinas e palestras sobre temas extracurriculares.

Além de fotografia, há pedidos no colégio Maria Aguiar, em Curitiba, por Computação e Yoga.

 

Uma roda de capoeira especial após pedido no Quero na Escola!

Na sexta-feira passada, capoeiristas de Várzea Grande, no Mato Grosso, se encontraram na Escola Estadual Especial Luz do Saber para uma demonstração com participação dos alunos. A ação ocorreu menos de dez dias depois do pedido registrado por Daniel Silva, com o auxílio de sua mãe, Edmeia Silva, no Quero na Escola.

O adolescente tem síndrome de Down e se comunica com o auxílio de gestos. O berimbau e a as apresentações de capoeira sempre despertaram seu interesse e nunca fizeram parte do currículo escolar.

O diretor da escola, Rogério Lima, que assumiu o cargo este ano, conta que começou a receber a notícia no dia seguinte à publicação do site e gostou da ideia. “O diferente é que foi um pedido que partiu do aluno e da família, o que fortalece.” Segundo ele, junto com a página do pedido no Quero na Escola, amigos enviaram sugestões de capoeiristas e a roda foi marcada para ser a atração de uma festa que já ocorreria na instituição.

A equipe do Quero na Escola, que geralmente recebe o cadastro dos voluntários pelo site e faz o agendamento na escola, recebeu desta vez as fotos do evento já ocorrido. Com a feliz surpresa, contatamos a escola para dizer que tinham sido os primeiros a fazer as oficinas sozinhos. “Ninguém faz nada sozinho”, respondeu o diretor.

Daniel e sua mãe registraram também um pedido de musicoterapia que ainda aguarda voluntários. A direção da escola já conversa com algumas pessoas para tornar a capoeira projeto permanente.

Qualquer estudante de escola pública pode pedir o que quer aprender além do currículo obrigatório pelo Quero na Escola.