Entenda como funciona o Apoio Emocional

O projeto Apoio Emocional foi criado como forma de reconhecer que os professores estão especialmente afetados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19): eles se sentem responsáveis por seus estudantes e limitados em sua atuação. O Quero na Escola e a Fundação SM conectam profissionais de saúde emocional para ajudar professores inscritos. Entenda:

Como funciona o projeto Apoio Emocional?
No site do Apoio Emocional (queronaescola.com.br/apoioemocional) os professores interessados clicam em “quero ajuda” e preenchem um formulário indicando que tipo de ajuda querem. No mesmo site, os profissionais da saúde emocional clicam em “posso ajudar” e respondem sobre a disponibilidade. A equipe do Quero na Escola fará as conexões.

Quais professores podem se inscrever?
Professores de todo o Brasil de escolas públicas da educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio), incluindo os que estiverem em cargos de gestão da escola.

É totalmente gratuito?
Sim

Quais profissionais de saúde emocional podem se inscrever para ajudar?
A maior demanda é por psicólogos e psicoterapeutas voluntários. Outros profissionais que trabalham com emoções (como arteducadores, por exemplo) ou pessoas que querem ajudar de outra forma podem se inscrever em “quero ajudar de outra forma”. Se houver demandas específicas, vamos fazer a conexão.

Os profissionais atuarão como voluntários?
Sim, o Quero na Escola trabalha com voluntários. Nesta ação específica, buscamos especialistas que se sensibilizam com a carga emocional que os professores estão carregando durante a pandemia.

Como vai ser a atuação do Quero na Escola?
A equipe do Quero na Escola vai conferir as inscrições tanto de professores quanto de profissionais da saúde emocional, entrando em contato com cada um. A partir das opções e observações do formulário, vamos conectar professores e voluntários inscritos. Muitas vezes, vamos precisar fazer perguntas adicionais para que a conexão seja pertinente.

Os encontros serão online? Em qual plataforma?
Sim, os encontros serão online em plataformas já utilizadas pelos usuários, como WhatsApp, Google Meet, Zoom ou qualquer outra que seja preferência de professores e voluntários.

Quantos encontros vão ocorrer?
A equipe do Quero na Escola vai agendar o primeiro encontro entre professor e profissional voluntário, já levando em conta que em alguns casos serão vários encontros e, em outros, apenas um. Depois desta primeira conversa, voluntário e educador poderão combinar os próximos encontros.

Em que horário serão os encontros?
Os horários serão agendados a partir das possibilidades dos dois lados. Quem quiser pode colocar períodos de preferência no campo “observações” do formulário, mas sempre entraremos em contato para fazer ajustes.

Todos os inscritos serão atendidos?
Não sabemos. É possível que não, se houver um número de solicitações maior do que o total de tempo disponível dos voluntários. Faremos as conexões pela ordem de chegada das inscrições. Por isso, se você conhece profissionais ou grupos dispostos a ajudar, faça o convite. Sensibilizar a sociedade para reconhecer o papel dos professores nesta pandemia é um dos objetivos do Apoio Emocional.

Alguém do Quero na Escola vai acompanhar o encontro?
Geralmente, não. A pessoa que está recebendo ajuda emocional muito possivelmente vai falar de assuntos sensíveis e será ouvida apenas pelo profissional da área que a ajudará a lidar com as emoções. Nos casos em que a atividade for para o professor com seus alunos ou para um grupo de professores, eventualmente alguém do Quero na Escola pode acompanhar para registros se todos estiverem à vontade.

Profissionais ajudarão professores com angústias da pandemia

Sentindo-se responsáveis por crianças e adolescentes e sem conseguir alcançar a todos à distância, os professores precisam de ajuda para lidar e ensinar a lidar com emoções. O Quero na Escola e a Fundação SM lançam hoje o Apoio Emocional: projeto que conectará psicólogos e outros profissionais a educadores que queiram ajuda para si ou seus estudantes.

A fragilidade emocional é apontada como a principal demanda na educação neste momento. Para evitar o contágio por coronavírus milhões de educadores e dezenas de milhões de estudantes tiveram de deixar sua rotina e muitos sofrem com ansiedade, depressão e angústias da distância.

Pelo site do Apoio Emocional educadores se inscrevem para pedir uma escuta pontual ou semanal, uma roda online com os alunos, uma aula sobre como abordar o tema ou o que acharem que precisam.

Psicólogos, psicoterapeutas e outros profissionais que lidam com saúde emocional e queiram contribuir podem se inscrever aqui.

Se no primeiro momento, todos olharam para a saúde, pensando em hospitais e no distanciamento social, agora é o momento de lidar com os traumas em consequência da Covid-19 para a educação.

Demanda por combate à depressão cresce nas escolas

quero na escola, reprodução apenas para divulgação do projeto

Depressão, ansiedade, suicídio: um trio de palavras que a gente não gostaria de ver associado à juventude. Mas, infelizmente, são questões cada vez mais inescapáveis para as escolas. Em pesquisa divulgada hoje pelo Porvir, 64% dos estudantes disseram que gostariam de contar com psicólogos na sua vida escolar. No Quero na Escola, o tema não para de crescer. Como já dissemos no ano passado, realizamos ações com voluntários, mas reforçamos a demanda de alunos e educadores para que haja profissionais regularmente nas escolas.

Em 2019, foram nove ações realizadas em escolas públicas a partir de pedidos de estudantes sobre depressão. No mês passado, durante o Especial Professor, outras quatro ocorreram por chamados dos educadores. Em uma delas, a professora de Psicologia na Faculdade de Educação da USP, Katia Cristina Silva Forli Bautheney foi a escola estadual Jorge Luis Borges, de São Paulo, e falou com mais de 300 alunos sobre o tema, a pedido da professora Joselene Rodrigues. “Já conversamos sobre meios de prolongarmos nossa parceria” comentou Kátia, apontando a necessidade de pensar em ações a médio e longo prazo sobre esse tema.

voluntário quero na escola
Para falar do assunto, voluntário visitou escola por dois meses para criar relação com jovens

Em Valinhos, interior paulista, a professora Elisa Santos, da escola municipal  Governador André Franco Montoro, conta que pediu ajuda com este tema porque tem muitos alunos com crise de ansiedade, síndrome do pânico e outras questões pra as quais falta formação dos educadores. O estudante de psicologia João Paulo Sampaio
atendeu ao pedido com duas atividades e visitas semanais por dois meses para estabelecer uma relação com os jovens. “A forma como foi feita a atividade, em um lugar aberto fora da sala de aula, e a relação que estabeleci ajudou para que participassem e colocassem suas opiniões”, avalia.

Os alunos também mantém o tema entre os mais importantes. “A empatia é importante. Não sabemos o que se passa na vida das pessoas e devemos ajudar”, comentou Rayra Alves Lopes Gonçalves, ao inscrever o tema para a escola estadual Odair Martiniano da Silva Mandela, onde estuda, em São Paulo. A voluntária neste caso, foi a estudante de Turismo Giulia Ximenes, que compartilho experiências próprias.

Em Ferraz de Vasconcelos, grande São Paulo, o tema foi atendido duas vezes este ano na escola estadual Carlindos Reis. Na mais recente, Thais de Sena Giovanini, voluntária social certificada em vários projetos de cuidado e respeito a vida e diagnosticada com depressão há anos que compartilhou saberes do tema com turmas de vários horáraios. A estudante autora do pedido, Nathalia Aguiar Da Silva, resume a urgência. “Depressão é sério e pode causar mortes.”

O Quero na Escola atende a demanda de estudantes de escolas públicas por conhecimentos além do currículo obrigatório com a participação de voluntários. Inscreva-se

Quero na Escola Especial Professor termina com novo recorde de participação

O mês dos professores foi repleto de voluntários presentes nas escolas públicas. O Quero na Escola Especial Professor, nossa parceria com a Fundação SM em que recebemos pedidos dos educadores por colaboração terminou com recorde de participação. Nesta 4ª edição, 70 atividades foram realizadas em 16 municípios de seis estados do País. Ao todo, 42 escolas foram contempladas. Em 2018, foram 48 atividades.

O Estado de São Paulo concentrou a maior parte das ações nas cidades de Valinhos, São Paulo, Guarulhos, Mogi Mirim, Osasco, Conchal, Mogi das Cruzes, São Bernardo do Campo e Junqueirópolis. No estado do Rio de Janeiro passamos por Duque de Caxias, Niterói e Rio de Janeiro. A atividade de Pernambuco foi em Recife, nossa intervenção em Santa Catarina foi em Florianópolis, na Bahia foi em Salvador e, no Paraná, em Almirante Tamandaré. 

Ao ouvirmos o que os educadores queriam aprender, ou que conteúdo gostariam de apresentar para os seus alunos a partir de novos parceiros, recebemos demandas por diversas expressões artísticas, assuntos urgentes como depressão, sexualidade e racismo, atividades mão-na-massa como horta e robótica e muitos pedidos inéditos. Dentre eles, foram atendidos pela primeira vez os educação no trânsito e criação de podcast e exercícios de fonoaudiologia, por exemplo.

Algumas ações se prolongaram por diferentes encontros e outras prometem continuar pelo restante do ano ou mesmo dar início a parcerias locais que podem continuar em outros anos letivos. Já retratamos em outros textos e imagens por aqui atividades com foco em emoções, corpo e filosofiaXadrez, Contação de Histórias e Comunicação não-violenta.  Além da vivência para professores e alunos, algumas ações deixam marcas que alcançarão não só os atuais como futuros alunos, como foi o caso da pintura do alfabeto em libras no muro de uma escola de Florianópolis.

Os professores querem uma sociedade participativa e ciente do seu papel fundamental na educação. Prova disso, são os mais de 260 pedidos recebidos neste ano. Nossa missão com o Quero na Escola Especial Professor é ouvir os educadores, construir pontes, trazer diálogo e inovar o cotidiano escolar. Esperamos que os presentes tenham levado aos educadores uma mensagem clara de que há sim muita gente que sabe o valor e a importância da escola pública.

Seguimos juntos no restante do ano com o Quero na Escola, em que são os estudantes os autores de demandas por aprendizados além da grade curricular.

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Podcast chega ao Quero na Escola Especial Professor

Por Paula Cavalcante 

A expectativa por podcasts chegou às escolas públicas. A gravação de programas de áudio apareceu no Quero na Escola Especial Professor, nossa parceria com a Fundação SM, pela primeira vez este ano – e foi um sucesso. O pedido foi solicitado pelo professor Robson Candeias, diretor da escola estadual Cyrene de Oliveira Laet, de São Paulo, e foi atendido por dois voluntários super entendidos do assunto: Isabel Wittmann, podcaster desde 2004 e Felipe Caldo, atualmente produtor de conteúdos, por exemplo, para o o Theatro Municipal de São Paulo.

Segundo o diretor, a ideia de oferecer a atividade como presente aos professores surgiu da vontade de desenvolver um podcast entre os professores e alunos do grêmio estudantil. Esta é uma ferramenta de comunicação que vem ganhando adeptos especialmente entre os jovens. Dois grupos diferentes tiveram contato com a ferramenta por meio da atividade do Especial Professor.

podcast quero na escola
Voluntária Isabel Wittmann com estudantes e professores

Isabel, podcaster do Feito Por Elas, conversou com educadores do período da manhã e três estudantes do grêmio. “Os professores foram muito participativos. Eu também levei alguns equipamentos e fiz umas demonstrações na escola, para mostrar na prática. Eles pediram pra ouvir um trecho do meu podcast já editado e finalizado, para compreender como fica o produto final depois das etapas do processo e presentei”, comentou.

Felipe falou com 14 educadores do período da tarde. “É um assunto novo, acho que os professores ainda não sabiam muito bem como usar e a utilidade. Foi ótimo, gostei muito”, contou.

O coordenador pedagógico da escola, Wilson Gomes, falou sobre a busca de incluir tecnologia para o desenvolvimento das aprendizagens e facilitar o trabalho entre professores e alunos. “Chama atenção, amplifica horizonte, dá um novo significado ao conteúdo estudado”, opinou.

Continue acompanhando as ações do Especial Professor de 2019, também no nosso Facebook e Instagram! Para nós, no mês do professor o maior presente é a presença.

Professores aprendem técnicas de comunicação não-violenta

Conseguir estabelecer um diálogo autêntico e efetivo tem o poder de melhorar as relações entre as pessoas. Dentro de um colégio, espaço que reúne centenas de alunos, funcionários e familiares, esse potencial pode ser multiplicado. Foi o que aconteceu na escola estadual Leda Guimarães Natal, de São Paulo (SP), onde aproximadamente 50 professores participaram de um workshop sobre comunicação não-violenta, oferecido pelos voluntários Marcelo Akamine e Luiz Eduardo Alcantara. 

Os professores da escola receberam a formação graças ao pedido que o professor Márcio Melo fez ao Quero na Escola Especial Professor. Para ele, a atividade foi enriquecedora e desafiadora. “Entender a técnica da comunicação não-violenta assegura uma comunicação mais ampla, justa e direta, partindo do autocontrole, confiança e segurança”, disse Márcio, ressaltando que as técnicas são tanto para a fala como para a escuta. 

O docente também elogiou a forma como os dois voluntários conduziram a atividade, que durou três horas. “A dinâmica proporcionou aos professores a sensação de ora ser professor e ora ser aluno, trazendo experiências e incômodos do dia a dia”, relatou.

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Para Marcelo, que atuou como voluntário do Quero na Escola pela segunda vez, a nova participação trouxe mais aprendizados, assim como grande satisfação pessoal. “Eu me sinto agradecido pela oportunidade de levar um pouco da minha paixão pela comunicação”, afirmou. No ano passado, Marcelo fez uma ação sobre Mediação de Conflitos na escola estadual Lasar Segal e diz estar disposto a continuar atuando como voluntário nas escolas públicas. 

A escola Leda Guimarães Natal também já havia participado do Quero na Escola Especial Professor. No ano passado, a pedido do professor Alan Clynger do Nascimento, os docentes receberam orientações de uma psicóloga sobre como ajudar alunos com baixa-autoestima. 

O próprio tema comunicação não-violenta já é recorrente. No Especial Professor de 2018, foram realizadas duas ações sobre comunicação não-violenta, uma delas pode ser conferida com mais detalhes aqui . O Especial Professor 2019, uma parceria do Quero na Escola com a Fundação SM,  continua com entregas de presença até o fim de outubro! Continuem acompanhando nosso blog e as redes sociais para saber mais! 

A pedidos de educadores, quatro escolas de dois estados recebem ações de Contação de Histórias

O ser humano é um ser narrativo e cria histórias desde o início da humanidade, tanto para entender o mundo, quanto para compartilhá-lo. Na busca por este mecanismo de união e trocas de experiências, tocando o imaginário dos participantes, a Contação de Histórias está sempre entre os pedidos dos educadores no Quero na Escola Especial Professor. Este ano o tema já rendeu cinco atividades. 

Em Valinhos, interior de São Paulo, a escola municipal Luiz Antoniazzi contou com a presença da voluntária Elaine de Oliveira, contadora de histórias e participante do grupo de contadores de histórias de Campinas, a pedido da professora Nádia Maria. Elaine realizou uma oficina de Contação de Histórias para 15 educadores, sobre os diferentes modos de se contar histórias. “Pra mim, foi uma experiência inovadora, única. Obrigada por atenderem ao meu pedido”, relatou a professora Nádia. 

Já em São Paulo (SP) tivemos duas escolas contempladas com Contação de Histórias. Na CEI João Carlos Fairbanks o Quero na Escola conseguiu duas voluntárias bem diferentes para atender o pedido da professora Roberta da Silva. A primeira foi Jeniffer Fernandes que leu e interpretou para 30 crianças e 2 educadores. “Os alunos interagiram, contaram as histórias, foi uma farra, muito divertido”, contou a estudante de turismo. Ela estudou toda a vida em escola pública e compreende a importância que uma ação como esta pode ter na mudança do ambiente escolar. “Sou apaixonada por aprender e ensinar e pretendo seguir minha carreira acadêmica e ser professora”. 

A segunda atividade foi conduzida pela voluntária Eliana Toscano, que participa do Quero na Escola desde 2016 e sempre conquista a audiência. Como eram crianças pequenas, ela recorreu a sua personagem palhaça, com traje e maquiagem completa. “As crianças precisam muito de momentos assim”, agradeceu Roberta. 

Na escola estadual Adalgiza Segurado da Silveira, também na capital paulista, o pedido foi feito pela professora Samira Cunha e mais uma vez Jeniffer Fernandes se envolveu, desta vez com uma sequência de duas turmas diferentes do 1ª ano do Ensino Fundamental. Além das leituras, a voluntária pode passar o livro de contos para que as próprias crianças lessem. Samira contou que as crianças “amaram a atividade”. 

Em Almirante Tamandaré, no Paraná, tivemos Contação de História no Centro Municipal de Educação Integral Branca de Neve. Quem ministrou esta atividade para 27 crianças foi uma parceira que até hoje mantém contato com escolas que atendeu pelo projeto em 2017, Lilian Ribeiro de Camargo, do Projeto Linhas. No ano passado, ela viajou de avião para realizar uma ação do Quero na Escola Especial Professor em Minas Gerais.

O pedido deste ano foi feito pela professora Juliana Segantini e Lilian contou uma história de criação própria do seu primeiro livro do Projeto Linhas: O Fio da Meada-Volume I, da série Tecendo Linhas. E para que o ambiente lúdico pudesse florescer ainda mais ela criou junto das crianças a Árvore de Livros e deixou na escola a boneca Lilinha e o “lápis mágico” para que cada um pudesse contribuir para tecer as linhas da história.

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Continuem acompanhando a entrega dos nossos presentes aos professores que ainda tem mais histórias para serem contadas! 

*O Especial Professor é uma parceria entre o Quero na Escola e a Fundação SM*

 

Voluntária pinta alfabeto em Libras em muro de escola a pedido de professora

Gisele Bastos Sidronio de Freitas, professora do projeto integral de contra-turno da escola básica Henrique Veras, em Florianópolis, tem feito um importante trabalho para que seus alunos não ouvintes, que atualmente são três, estejam bem integrados com todos. Nos anos iniciais, todos os estudantes estão aprendendo a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e foi pensando em deixar isso mais vibrante para toda a comunidade que ela enviou sua demanda ao Quero na Escola Especial Professor, parceria com a Fundação SM:  “Pintura do alfabeto em Libras no muro da escola”.

Quero na Escola
Voluntária estuda para arte. Foto: Save The Love

A artista visual e arte-educadora Monique Cavalcanti, conhecida como Gugie, havia acabado de realizar um sonho de pintar um painel de 10 andares no centro da capital catarinense e quando viu o pedido da diretora pensou que era uma forma de “devolver o sentimento de gratidão”.

Apesar de ter algum contato com Libras por conta de um amigo surdo, Gugie nunca aprendeu o idioma e foi à escola para ser, em suas palavras, “ferramenta de transformação” e dar vida aos pensamentos de Gisele. “Os alunos começaram a interagir na hora, foi muito gratificante”, conta a artista, que levou para a pintura sua filha caçula, Cássia, de seis meses.

quero na escola
“Artista, arte-educara e mãe”, foi como Gugie se apresentou ao Quero na Escola. Foto: Save The Love

Além do Quero na Escola, Gisele procurou o grupo local “Pinta Lagoa” para colaborar com artes sobre outros temas. Sua ideia inicial era fazer ao menos um mural, no entanto, todas as demandas foram atendidas e várias paredes pintadas. No dia da ação, a professora se dividia entre acompanhar as pinturas que aconteciam na quadra, cuidar da pequena ajudante de seis meses e apoiar uma gincana que acontecia em paralelo.

Ela, que achava que talvez não conseguiria a pintura da língua de sinais por saber que o Quero na Escola atua a partir de São Paulo, ficou surpresa pela equipe ter entrado em contato rapidamente. “Eu rezei pra não chover no dia dessas pinturas. Queria fazer a interação entre os alunos, porque até o 5º ano as crianças têm aulas de libras. E os grandes queriam também. Em apenas três aulas, eles já aprenderam o alfabeto inteiro e ficam conversando entre eles”. Ao final do dia, os alunos já imitavam os sinais desenhados no muro, pedido feito pela professora.

Professora Gisele e artista Gugie falam com a mão na foto o que se traduz como “com amor”. Foto: Save The Love

Terminado o trabalho, Gisela e Gugie posaram juntas para uma foto que fala em Libras e a tradução para a Língua Portuguesa é “com amor”. “Durante a semana ouvi inúmeros elogios de alunos e pais. Estamos gratos por este presente em forma de arte”, concluiu.

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Escola Básica Henrique Veras após ação de grafite. Foto: Save The Love

Veja outras ações realizadas pelo Quero na Escola Especial Professor em 2019

Voluntários? Presentes! Feliz Dia dos Professores

Hoje é dia de celebrar e também de refletir. Neste 15 de outubro, Dia dos Professores, mostramos um pouco do que já teve na “festa” de mês inteiro que é o Quero na Escola Especial Professor – nossa parceria com a Fundação SM para os educadores pedirem colaboração. Nesta primeira quinzena, 22 atividades foram realizadas em nove cidades dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. Mudas foram plantadas, muitas histórias contadas, muro pintado, sorrisos espalhados, mas também houve muita conversa séria, afinal educação também inclui temas difíceis e profundos.

A arte, uma das maneiras mais efetivas de tratar de qualquer assunto, foi um dos principais recursos usados até aqui. Em cinco encontros houve Contação de Histórias. Em um deles, em Almirante Tamandaré, Paraná, na CEI Branca de Neve, a voluntária Lilian Ribeiro contou uma história sobre uma árvore de livros e deixou acessórios para que a escola construa a sua árvore com os estudantes. Em outro, no interior de São Paulo, em Valinhos, a Emeb Luiz Antoniazzi recebeu a voluntária Eliane de Oliveira de Alcantara transformada na palhaça Lilica para curtir com os pequenos.

Em Santa Catarina, o recado ficou no muro da escola. A voluntária Monique Cavalcanti, com sua filha a tira colo, atendeu ao pedido da coordenadora Gisele Bastos Sidronio de Freitas da Escola Básica Henrique Veras e grafitou o alfabeto em Libras no  fundo da quadra.

Outra linguagem que apareceu bastante foi o Podcast que teve duas ações diferentes, uma com Isabel Wittmann e outra com Felipe Caldo, ambas na Escola Estadual Cyrene de Oliveira Laet, de São Paulo. Houve ainda mão na terra e construção de hortas.

E o que não poderia faltar em uma celebração? Música! A voluntária Vanessa Elias levou instrumentos para a escola Graciliano Ramos e colocou os alunos em roda em Osasco, Grande São Paulo.

Emoções, corpo e filosofia

Também em São Paulo, a diretora Simone dos Santos Bagnato elogiou muito a voluntária Irene Reis que falou de competências socioemocionais na educação e Base Nacional Curricular “Os professores se envolveram, foi muito produtivo e enriquecedor.” Outro tema que envolve as competências socioemocionais foi Comunicação Não-Violenta que aconteceu na escola Leda Guimarães, de São Paulo, a pedido do professor Marcio Melo. Além de colocar os educadores em grupos para dialogar sobre os conceitos dessa comunicação, Marcelo Akamine e Luiz Eduardo fizeram experiências práticas.

Em Guarulhos, grande São Paulo, uma ação prática sobre Xadrez (assista a vídeo) também envolveu filosofia. Na mesma cidade, o voluntário Carlos Leandro Firmo falou sobre Animais Peçonhentos na escola estadual João Luiz de Godoy e a enfermeira Marlene Goya Loterio fez uma demonstração, inclusive com um aluno. Em outra escola, ela falou sobre Gravidez na Adolescência.

Em duas escolas o tema foi a epidemia de Depressão na adolescência. Na escola estadual Agostino Cano, o psicólogo Fernando Batista conversou com jovens e professores sobre o assunto. Na escola estadual, Luis Borges,  a psicóloga Katia Bautheney, conduziu atividade sobre o tema.

Em Mogi Mirim, houve ainda explicações sobre Puberdade, Sexualidade e Anatomia do corpo humano com a psicóloga e educadora Mariana Imbruniz Casagrande. Com cartolina e revistas, ela ajudou os estudantes a se expressarem sobre o assunto. “Começaram tímidos, mas se soltaram. Faltou tempo, mas eu vou voltar pra terminar. Adorei”, comentou a voluntária.

O estado do Rio de Janeiro recebeu ações sobre palestra motivacional para os professores nas cidades de Niterói e Duque de Caxias com o voluntário David Barboza da Silva.

Para nós do Quero na Escola o maior presente neste Dia dos Professores é esta presença dos voluntários, valorizando o trabalho dos professores e ouvindo suas demandas por fazer ainda mais por seus alunos. Feliz Dia dos Professores!

 

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Voluntário de xadrez fala das regras e da filosofia do jogo

A diretora Sheila Monteiro Ferreira queria ajuda para que seus alunos aprendessem xadrez e recorreu ao Quero na Escola Especial Professor – nossa parceria com a Fundação SM para dar presença no mês dos professores – para convidar alguém a ensinar na Escola Estadual Louis Braille, em Guarulhos. Ela e o professor de matemática, Phellipe Guimarães Santos, pensavam em começar um campeonato para aumentar a concentração dos alunos. Deu certo, os jovens se concentraram, mas também refletiram sobre filosofia política.

O voluntário, Celso Francisco, se voluntariou para ajudar porque conhece muito as regras do jogo, levou livros e ensinou as regras, mas ele também é professor de Filosofia e acabou falando da representatividade no tabuleiro. “Tem o poder absoluto do rei, a ambição da rainha, o poder eclesiástico do clero na figura dos bispos, a força da cavalaria, a fortaleza das torres, e a plebe, representada pelos peões, que vão para morrer na frente”, comenta. A diretora aprovou. “Os alunos gostaram muito, interagiram bastante e saíram jogando.” Assista: