Novo projeto: Quero construir políticas públicas na escola

A participação social aparece como elemento legitimador da democracia como um todo e das diversas políticas públicas. São os mecanismos de participação que dão validade ao conjunto de normas e sentimento de justiça à sociedade. Os estudantes, no entanto, pouco conhecem oportunidades de participar nas políticas públicas de Educação e até nas decisões de gestão e orçamento da própria escola. Muitos duvidam desta possibilidade e acham que a escola é “dos adultos”, assim como, muitos adultos acharão que não podem participar das políticas públicas.   Pensando nisso, a Quero na Escola lança uma nova forma de incentivar o protagonismo dos estudantes das séries finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio: o “Quero construir políticas públicas na escola”.

A ação tem parceria da Gestos e financiamento do União Europeia e será desenvolvida entre maio e setembro de 2024. Ao todo participarão seis escolas da Grande São Paulo. Educadores interessados podem se inscrever até 13 de maio por formulário específico.

Cada grupo, de cada escola, receberá duas oficinas e fará uma proposta de “‘política pública interna” (para sua comunidade escolar, incluindo apresentação ao Conselho de Escola) e, ao final,  representantes dos seis grupos se reunirão para realizar uma proposta conjunta de política pública na sede da Quero na Escola. O documento deverá lançar uma nova campanha e vamos apoiar a entrega da demanda para tomadores de decisão.

O Quero construir política pública na escola terá como material de apoio o livro “21 histórias de estudantes que mudaram a escola” e a Agenda 2030, especialmente pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) 4, 5, 10 e 16.  

Retrospectiva 2023: Quero na Escola cultura afro e natureza

O ano em que estivemos com as escolas na “Restaura Natureza” e questionando “Sua escola é (anti)racista?

Vamos começar pelo detalhe: notaram que a gente agora fala nos projetos “da” Quero na Escola? Embora esta plataforma tenha nascido com O projeto Quero na Escola, aos poucos, fomos criando outros projetos e Quero na Escola virou A associação, uma organização sem fins lucrativos que realiza diferentes projetos para aproximar escolas e outras pessoas ou movimentos. Em 2023, o foco foi no novo Sua escola é (anti)racista? e na organização da segunda edição da Restaura Natureza, nossa parceria com o WWF-Brasil.

O projeto “Sua escola é (anti)racista?” foi lançado no início do ano, junto ao aniversário de 20 anos da Lei 10.639, que prevê o ensino de história e cultura afro nas escolas. Ao todos, 624 educadores de 21 estados e do Distrito Federal responderam questões sobre o racismo que percebem nas escolas, como reagem e suas dificuldades para lidar com temas étnico-raciais. Para acessar os dados resumidos clique aqui. A partir da pesquisa, tanto educadores quanto estudantes puderam solicitar ajuda para ampliar o debate em suas escolas em duas frentes: por meio de materiais de apoio ou com pessoas e projetos da sociedade civil que pudessem realizar ações presencialmente na escola.

Em relação aos materiais de apoio, organizamos duas comunidades pelo WhatsApp, por onde compartilhamos conteúdos antirracistas e materiais que possam auxiliar na elaboração de planos de aula e ações nas escolas (se você quer entrar, solicite pelo email central@queronaescola.com.br, escrevendo em que escola atua, cidade e estado).

Presencialmente, foram mais de 953 estudantes e 65 educadores impactados diretamente em diversas regiões do país.

Roney Cruz, integrante do grupo Monarckas, em atividade sobre Hip-Hop com estudantes do 7º ano.

O Estado de São Paulo foi o que mais recebeu ações deste tipo, foram 7. A atividade de Hip- Hop na EMEF Desembargador Achilles, localizada na capital, foi uma das realizadas no mês de agosto. O Roney Cruz, do Monarckas fez três encontros com as turmas de 7º e 8º ano.

Já na EMEF Renato Antonio Checchia, da zona noroeste da capital paulista, a atividade foi sobre poesia, negritude e periferia com o Sarau da Brasa.

Na EE Raul Cortez, também em São Paulo, a participação foi de integrantes da Escola de Samba Unidos da Peruche.

Também aconteceram ações nos estados do Rio de Janeiro e Maranhão. Neste último, rodas de conversa e danças brincantes com o grupo Boi de São Simão no Colégio Clarindo Santiago, em São Luís.

Allisson Pinheiro (cantador e coreógrafo) e Ranges Dias (chefa das índias), em atividade sobre o Bumba Boi de São Simão e oficinas de dança e musicalidade com estudantes.

Ao mesmo tempo, o projeto Restaura Natureza teve participantes em todas as regiões do Brasil na fase online, em que conceitos teóricos são abordados de forma gamificada.

Esta foi a segunda edição da Olimpíada Brasileira de Restauração de Ecossistemas, uma realização do WWF-Brasil com organização da Quero na Escola.

Em 2023, grupos de estudantes e seus professores orientadores fizeram 273 ações práticas em seus contextos e territórios. Entre vizinhos, comunidade escolar, poder público e produtores cerca de 60 mil pessoas foram diretamente envolvidas nas atividades de plantio e mutirões.

Foram premiados cinco projetos na categoria Comissão Técnica, com especialistas do WWF-Brasil e convidados como jurados. Entres estes, 2 também figuraram entre os cinco campeões da Votação Popular.

Além disso, estes ano, foram criadas menções honrosas para cinco grupos que surpreenderam a organização. Saiba mais sobre o projeto e os premiados neste ebook.

Foi um ano com muitas ações práticas e muitas conexões para além dos muros da escola.

Contra o racismo não basta ser neutro

Em 2023, a Lei 10.639, que tornou obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas, completa 20 anos. Temos muito a comemorar? Para que estudantes e professores possam responder, o Quero na Escola lança a pesquisa-ação: “Sua escola é (anti)racista?”. 

O projeto começará na volta às aulas com uma consulta em que as e os educadores e estudantes poderão falar do racismo que percebem, dos conteúdos étnico-raciais que estão no seu cotidiano e demandar materiais formativos e articulação de ações antirracistas nas escolas.

Desde o início do Quero na Escola, pedidos de ações contra racismo, assim como temas relacionados, como intolerância religiosa e literatura negra, estiveram entre as demandas comuns de estudantes. Nos últimos tempos, no entanto, chegamos a uma “situação-limite” em que o ódio, um ódio que no Brasil quase sempre é racista, tornou mais comuns ataques violentos, inclusive em escolas.

Entendemos que a educação pode contribuir para reduzir este ódio. Como diz Conceição Evaristo: “há um passado presente na nossa história” e compreendê-lo é essencial.

Dedicamos os últimos meses de 2022 a estudar como poderíamos contribuir com o tema. Constatamos que há muitos materiais disponíveis sobre o assunto, inclusive de forma gratuita e em formatos variados. Há também um grande número de estudantes, professoras e professores que buscam falar sobre o tema, mas ainda se atem a datas específicas, generalizações do continente africano e redução da história da população negra à escravização.

Ao mesmo tempo, a sociedade está cheia de grupos artísticos, culturais, acadêmicos e pessoas que carregam grandes saberes sobre a história e a cultura afro-brasileira. Ou seja, nosso papel aqui é fazer o que sempre fazemos: ouvir as demandas da comunidade escolar por ajuda, buscar quem possa colaborar e organizar atividades.

Convidamos todas as pessoas e instituições que, como nós, acreditam que não se acaba com o racismo sendo neutro a colaborar na construção e fortalecimento deste projeto. Conheça mais e inscreva-se em antirracista.queronascola.com.br

De volta à escola com a oportunidade que gostaria de ter tido

Por Carla Maria*

No início deste ano, depois de tanto tempo de isolamento devido a pandemia, a equipe do Quero na Escola realizou algumas visitas para falar do programa, ver e ouvir comunidades escolares. Desde que comecei a fazer parte do Quero na Escola, eu me questionava: como teria sido ter atividades extracurriculares a partir do que eu queria aprender no meu tempo escolar? O tempo não poderia voltar e eu mesma trilhei outros caminhos para acessar mais assuntos, mas agora eu poderia vislumbrar uma resposta ao apresentar essa oportunidade para estudantes no espaço onde estudei.

Foi assim que voltei a escola estadual em que fui aluna até 2012, a Lourival Gomes Machado, no Jardim Arpoador, zona oeste de São Paulo. Havia visitado o local apenas esporadicamente porque ainda é meu local de votação. Nesses raros momentos, percebia algumas reformas como grafites nos muros, pinturas nas paredes internas e reforma da quadra. Foi somente ao pisar na escola como representante do Quero na Escola que percebi como estava totalmente diferente do que aquela garota negra de periferia conhecia há 10 anos atrás.

Descobri um local aberto para diálogo com a gestão e o interesse de estudantes por projetos para a comunidade escolar, ações do grêmio estudantil e soube que, antes do período de pandemia, houve a realização de saraus. Por conta desta visita, dois estudantes que há tempos desejavam ocupar a escola com demandas específicas, que extrapolam o esquema engessado de aulas e base curricular, enviaram suas demandas por meio do site do Quero na Escola, que é aberto a qualquer estudante de escola pública do país.

Uma delas foi por atividade de programação, um pedido do Enzo Rudolf Cughele, do 3º ano do Ensino Médio. Conseguimos localizar uma voluntária que toparia realizar a ação. A Adriana Lippi, oceanógrafa, programadora web e moradora de Pinheiros, também na zona oeste de São Paulo, foi até a escola. Contamos com a articulação da coordenação e colaboração de professores no momento.

Foram 14 estudantes do Ensino Médio participando da ação. Alguns já com conhecimentos na temática, outros apenas começando, mas todos ávidos pelo o que poderiam aprender com a Adriana. Eles tiveram uma introdução à lógica de programação e criaram seus respectivos currículos em uma página para Web, além de terem dicas de sites gratuitos para aprender a programar.

Apesar de não saber absolutamente nada de programação, fiquei tão envolvida com a ação quanto os participantes. O professor de informática atrasou sua saída e estudantes deixaram de participar da tão esperada aula de educação física para estar na atividade e sequer perceberam que as duas horas de ação extrapolaram o horário.

Os computadores foram desligados com a promessa da Adriana voltar na semana seguinte para um segundo encontro e o anseio dos estudantes em solicitarem mais atividades.

Dez anos depois, foi o programa Quero na Escola a ponte que possibilitou tanto esse meu retorno à Lourival Gomes Machado sendo uma das pessoas possíveis a contribuir com a comunidade escolar, como também valorizar o protagonismo estudantil que há tempo dizem o que desejam aprender, no caso programação e muitos outros temas.

*Carla Maria é coordenadora de projeto na Quero na Escola, historiadora, pesquisadora e oriunda da escola pública

Confira nosso relatório de atividades 2020-2021

Embora a pandemia de Covid-19 ainda não tenha acabado, a fase mais difícil da crise sanitária parece ter passado. Aproveitamos este momento para produzir um relatório de atividades do último biênio, com os resultados do que fizemos em 2020 e 2021.

Como todo o mundo, o Quero na Escola também sentiu os efeitos do luto, do medo e das escolas fechadas em seus programas principais. Tivemos de adaptar o que fazíamos e não foi pouco. Criamos novos projetos especialmente baseados nas necessidades durante a quarentena e nos efeitos do isolamento. Mudamos bastante e mantivemos a missão: criar caminhos para que a sociedade possa participar efetivamente da educação a partir de demandas reais de estudantes e professores.

Agradecemos a cada pessoa que, mesmo com o distanciamento físico, esteve junto neste período de algum modo.

Chegou a vez dos professores se inscreverem na Restaura Natureza

Está aberta a Segunda Fase da Restaura Natureza – Olimpíada Brasileira de Restauração de Ecossistemas, competição colaborativa escolar do WWF-Brasil organizada pela Quero na Escola, alinhada à Década da ONU da Restauração de Ecossistemas (2021-2030) 

A partir desta segunda-feira, 21 de fevereiro, a 1ª Olimpíada Brasileira de Restauração de Ecossistemas – Restaura Natureza, está aberta a professores. Nas últimas semanas, estudantes começaram a testar seus conhecimentos em nove assuntos relacionados ao tema. Agora, os professores devem se cadastrar para validar os cadastros dos alunos que, com isso, poderão seguir na competição.

A Primeira Fase da Restaura Natureza consiste em testes online que acumulam pontos. Estudantes de 7º, 8º e 9º ano do Ensino Fundamental, devidamente validados por um professor ou professora da escola, poderão reunir estes pontos em grupos de até 5 alunos e passar a fase final, em que deverão fazer uma ação de Restauração de Ecossistemas em seus contextos e territórios. Haverá vencedores segundo critérios da Comissão Julgadora e Votação Popular.

A Restaura Natureza também ganhou um embaixador famoso: Chico Bento, da Turma da Mônica vai convidar os jovens a participar. Em uma parceria entre WWF-Brasil e Maurício de Souza Produções, o carismático personagem irá divulgar a Restaura Natureza em materiais ricamente ilustrados como tirinhas e cartilhas. “Chico Bento representa a harmonia entre as pessoas e a natureza, por isso reforça o apoio a esse importante projeto educacional. Suas histórias já trazem uma mensagem de cuidados com o meio ambiente e agora vão avançar para o tema da restauração”, diz Mônica Sousa, diretora-executiva da Maurício de Souza Produções. 

A olimpíada foi construída para ser lúdica e educativa. Foram consideradas as demandas da comunidade escolar e a expectativa é de que projetos surjam em diferentes biomas e usando estratégias diversas como tecnologia, política, comunicação e técnicas de restauração de ecossistemas.

No site, os estudantes encontram 20 planos de ação para inspirá-los a colocar a “mão na terra” e agir positivamente em questões urgentes como crise climática.

Os professores logados encontrarão uma forma de convidar seus estudantes a participarem. O contrário também é válido: os alunos podem chamar professores para se inscreverem como orientadores. A primeira fase, de acumulo de pontos online vai até 16 de março. Participem!

Quero na Escola lança com WWF-Brasil a primeira edição da Restaura Natureza

Olimpíada Brasileira de Ecossistemas será competição colaborativa estudantil e começa nesta sexta


Depois de dois anos de pandemia, é hora de enfrentar outro problema global: já não basta conservar o planeta, vai ser preciso restaurar ecossistemas. Para este desafio enorme e diverso, o WWF-Brasil e a Quero na Escola lançam neste dia 26 de janeiro a 1ª edição da Restaura Natureza – Olimpíada Brasileira de Restauração de Ecossistemas, uma competição colaborativa que parte das comunidades escolares para criar soluções, campanhas e ações tão diversas quanto as escolas do Brasil.

Clique aqui para participar da Restaura Natureza

A iniciativa é focada em estudantes do 7º ao 9º ano do Ensino Fundamental. A primeira fase é individual e online, com quizzes para os usuários testarem seus conhecimentos e perceberem como a restauração de ecossistemas vai muito além de plantar e envolve hábitos do cotidiano. Os participantes acumulam pontos com os testes e com o engajamento de amigos. Quem quiser concorrer na fase final terá que ir além e colocar a mão na massa – ou na terra.

“A restauração de ecossistemas é urgente e necessária. E ampliar processos integrados de regeneração natural é uma prioridade no combate à degradação da natureza e enfrentamos a crise climática”, afirma Thiago Belote, líder de restauração do WWF-Brasil. “É preciso restaurar a natureza e a nossa relação com ela. A Restaura Natureza nasce porque reconhecemos a importância da comunidade escolar como ponto de partida para a mudança da relação da sociedade com a natureza”, diz Gabriela Yamaguchi, diretora de Engajamento do WWF-Brasil. 

A segunda fase será aberta em 21 de fevereiro, quando os professores validarão as informações de seus estudantes e serão responsáveis pela formação de grupos de suas escolas públicas ou privadas. Estes grupos poderão fazer ações locais envolvendo plantio, tecnologia, engajamento ou o que mais a criatividade dos estudantes permitir. A Restaura Natureza traz 20 planos de ação para inspirar os jovens e a equipe do Quero na Escola estará a postos para dúvidas.

Estas ações poderão ser de plantio, uso de tecnologia, incidência política, campanhas de engajamento ou outras formas que a criatividade dos grupos permitirem. Todos os grupos que enviarem um relato de suas ações serão finalistas e concorrerão em duas categorias: Avaliação da Comissão Julgadora e Voto Popular, que valerão prêmios. 

No desenvolvimento da Restaura Natureza em 2021, foram consideradas as demandas da comunidade escolar, identificadas em um processo de escuta realizado pela Quero na Escola. “Ficou evidente que os professores sentem falta de um caminho para valorização do coletivo e das questões sociais. A Restaura Natura é esta ação que coloca a comunidade escolar no centro de um desafio urgente e positivo e, ao mesmo tempo, foi construída de forma híbrida e lúdica, para que ocorra mesmo durante a pandemia”, afirma Cinthia Rodrigues, cocriadora da Quero na Escola.

“A Restaura Natureza reconhece a complexidade de cada território e ambiente do Brasil. Aprendemos coletivamente com vários parceiras e parceiros que precisamos agir acolhendo a diversidade e fortalecendo as soluções locais. Em cada lugar, em cada cidadã e cidadão, uma ideia pode nascer diferente. Por isso o projeto começa agora, mas espera ampliar parcerias e identificar complementariedades com outras iniciativas, organizações, coletivos e atores da sociedade”, explica Gabriela Yamaguchi, do WWF-Brasil. 

A estudante que começou as ocupações em SP precisa de ajuda

Em novembro de 2015, os estudantes de São Paulo ocuparam suas escolas. Além de conseguir evitar o fechamento de quase 100 escolas, anunciado pelo governo do Estado de São Paulo, o movimento encheu muita gente de esperança. Foram semanas em que eles se organizaram para cozinhar, limpar, estudar o que queriam e receberam apoio de muitas pessoas. No ano seguinte, estudantes de vários estados também ocuparam suas escolas.

Seis anos depois, a protagonista da primeira ocupação é que está precisando de esperança. Pouca gente conhece os motivos que levaram o primeiro grupo de adolescentes a ter a coragem de não aceitar a decisão do governo. O Quero na Escola conta a história de Giovanna Fernandes Silva no livro “21 histórias de estudantes que mudaram a escola“.

Giovanna na época das ocupações de 2015

Giovanna era presidente do grêmio da Escola Estadual Diadema, em Diadema, e estudava no período noturno, que seria fechado segundo anúncio do Governo do Estado. Acontece que, já aos 16 anos, ela e os colegas vinham de uma realidade em que precisavam trabalhar de dia e não podiam se transferir para o diurno. Além disso, fazia um ano, desde a fundação do grêmio, que eles lutavam por melhorias para a escola. Tinham conseguido telar a quadra para poder jogar bola, tinham negociado abertura da biblioteca para o período noturno e chegaram a vender bala em farol para levantar recursos para uma reforma. Todo este trabalho seria inútil se o plano de fechamento fosse adiante.

Giovanna e os colegas escreveram pedindo à Secretaria de Educação que reconsiderasse e, quando não deu certo, ocuparam a escola. No dia seguinte, colegas de outras escolas aderiram. Eles se organizaram por semanas, incluindo Natal e Ano Novo até que em janeiro o então governador Geraldo Alckmin voltou atrás.

E por que destacamos esta história agora?

Giovanna hoje, aos 22 anos

Giovanna não foi só a liderança da primeira ocupação. Desde pequena, era bailarina e envolvida com projetos sociais de dança. Em 2016 lançou o projeto Era Uma Vez de ballet popular e ia conseguindo se manter até 2020, quando veio a pandemia e ela teve de parar. Foi trabalhar com telemarketing. Em 2021 perdeu o emprego, sofreu um assalto e acabou optando por se mudar para Praia Grande, onde está buscando uma oportunidade de trabalho. Ela diz que faz de tudo, nós torcemos que encontre algo na área de dança que tanto ama.

Decidimos então fazer uma campanha dupla por esta heroína tão pouco conhecida. Se alguém pode ajudá-la a se reerguer profissionalmente, pode entrar em contato com a gente em central@queronaescola.com.br. Enquanto isso, o valor integral das vendas do livro “21 histórias de estudantes que mudaram a escola” daqui até o Natal vão para ajudá-la (50 reais por livro).

A obra, idealizada para adolescentes, conta com histórias pouco conhecidas, como a da Giovanna, e famosas como Malala Youszafai, Greta Thumberg e Dorinal Nowill. As autoras, Cinthia Rodrigues e Luciana Alvarez, também criadoras do Quero na Escola, lançaram o livro como forma de inspirar estudantes a serem protagonistas e estão felizes com a chance de fazer dele um veículo para levar esperança a uma personagem tão inspiradora.

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Projeto em que professores têm atendimento emocional está de volta

O Quero na Escola e a Fundação SM relançam nesta quinta-feira o projeto Apoio Emocional que busca profissionais de saúde mental para atendimento gratuito a educadores de escolas públicas em todo Brasil. No ano 2 da epidemia de Covid-19 no Brasil, as professoras e professores seguem enfrentando incertezas, improvisos, medos e um número crescente de lutos.  

Para ajudá-los a lidar com suas angústias e orientá-los na acolhida aos estudantes, o projeto Apoio Emocional oferece aos professores as opções de escuta individual, rodas de conversa entre colegas ou com seus alunos e formação sobre como lidar com determinados problemas psicológicos. Todos os atendimentos serão virtuais, organizados pela equipe do Quero na Escola e com uso das plataformas que os profissionais voluntários e professores preferirem. 

A primeira edição atendeu 2 mil professores em 2020. Veja no vídeo abaixo depoimento de uma professora atendida e de uma psicóloga voluntária.

Nesta segunda edição o foco será nos traumas causados pelo prolongamento da pandemia e em como lidar com os próprios lutos e os dos estudantes. 

“Temos muito orgulho em apoiar um projeto que se mostrou tão necessário no ano passado, mobilizando tantos psicólogos e terapeutas, atingindo a tantos professores. Este ano, com o desafio de reabertura presencial das escolas em plena pandemia, acreditamos que a escuta de suas angústias e o acolhimento são fundamentais para dar o suporte emocional que os educadores necessitam”, afirma Mariana Franco, gerente da Fundação SM.

Para se cadastrar, tanto os educadores como os voluntários devem acessar queronaescola.com.br/apoioemocional

Campanha por livro sobre estudantes transformadores termina com sucesso

O livro “21 Histórias de estudantes que mudaram a escola” será impresso em abril com o apoio de mais de 300 pessoas e instituições que acompanham o Quero na Escola. A obra é uma coleção de casos reais de estudantes que mudaram suas escolas ou mesmo todo o sistema de ensino no Brasil e no mundo. O objetivo é dar representatividade aos estudantes que querem mudar algo em seus cotidianos escolares.

A primeira edição da obra conta com patrocínio do Instituto Olga Kos e do Instituto Unibanco. As autoras, Cinthia Rodrigues e Luciana Alvarez, ambas jornalistas e cocriadoras do Quero na Escola, doaram seu trabalho nesta primeira edição e todo o valor arrecadado com a campanha de financiamento coletivo será revertido para a Associação Quero na Escola. Além disso, todos os doadores receberão ao menos um exemplar do livro.

Também serão doados 120 exemplares para escolas, professores e estudantes interessados. Quem quiser estar entre os beneficiados pode se cadastrar neste formulário. O envio estará disponível ainda em abril caso um educador ou educadora já queira usar o livro. Um dos critérios de seleção será a ordem de inscrição.

Cada história de “21 Histórias de estudantes que mudaram a escola” conta a transformação que o estudante conseguiu, qual era o problema com que lidava e quais resultados obteve. Os textos são pensados para adolescentes a partir de 12 anos. Cada capítulo é acompanhados de uma ilustração exclusiva que destaca os protagonistas e de mais informações sobre o tema que moveu aqueles estudantes.

Durante a campanha, algumas matérias sobre o livro foram publicadas:

A Associação Quero na Escola agradece a cada um dos apoiadores – que em breve terão também seus nomes em agradecimento publicado aqui – e a todos os parceiros. Vivemos tempos especialmente difíceis e contar com a ajuda desta rede é fundamental para seguirmos com nosso trabalho.