Fotografia dá início à semana letiva com participação de profissionais

Manhã fria em uma segunda-feira pós feriado. Dois fotógrafos chegam à Escola Estadual Brasílio Machado, na Vila Mariana, São Paulo, antes das 7h. Por alguns minutos ficam na porta sob os olhares meio curiosos, meio desconfiados do pessoal da portaria. Chega a professora de Educação Artística: “Vocês são os voluntários de fotografia?”. Pela primeira vez, o Quero na Escola promove as primeiras aulas da semana e do dia letivo.

“Eu tinha feito o pedido em dezembro, já até tinha começado a perder as esperanças”, comenta Jonas Fellipe, 17 anos, sobre a atividade de fotografia que ocorreu no último dia 24 de abril. Neto e sobrinho de fotógrafos de estúdio, o jovem aproveita todas as oportunidades de aprendizado sobre a arte e a profissão e queria compartilhar a paixão com os amigos.

Dubes, Raphael e o aluno, Jonas Fellipe

Os voluntários Raphael Bezerra Mariano e Dubes Sonego também esperavam a atividade há meses, e toparam assim que receberam o email com a sugestão de data. “Nos conhecemos lá, falamos um pouco por email antes, foi muito baseado no que surgiu da turma”, conta Dubes.

As perguntas e o interesse cresceram quando Raphael passou sua câmera para circular pela sala para que os alunos a experimentassem. Depois, no computador, os dois mostraram trabalhos que já fizeram. “Quando mostrei um material de Cuba, outros alunos que não estavam tão interessados na parte técnica quiseram conversar sobre a experiência. Os interesses vêm de formas diversas”, comenta Dubes.

Raphael ficou impressionado com o estudante que fez o pedido. “Ele já tinha vários conhecimentos, sabia alguns termos técnicos e me contou uma história sobre a mãe, muito inspiradora”, diz. A mãe de Jonas é deficiente visual e o aluno pesquisou uma forma de ela conseguir registrar retratos.

“O deficiente pode fazer a foto também, a gente pode descrever o que está à frente dele e a pessoa pode escolher o que registrar. Depois, [aquilo] pode ser narrado e entrar para a memória de todos do mesmo jeito”, conta Jonas, que é também coordenador de diversidade do Grêmio da escola e agora pretende fazer uma chamada para participações de mais pessoas aos sábados.

“Aprendi algumas coisas, como a perceber as ‘linhas’ do fundo e não colocar o personagem tão no centro. Fiquei feliz que muito mais gente se interessou, inclusive depois outras turmas também queriam. É muito bom trazer atividades a mais para a escola”, comemora.

Raphael, que já havia sido voluntário via Quero na Escola uma vez em Barueri, em uma atividade de empreendedorismo, quer mais: “Essas são as conexões que a gente quer. Conheci o projeto por outro voluntário e tanto eu como minha mulher vamos participar mais.”

 

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