Professores recebem escuta profissional voluntária em 15 estados

O projeto Apoio Emocional, parceria com a Fundação SM que conecta profissionais de saúde mental a educadores que desejam colaboração nesta área já chegou a 15 estados diferentes. Mais de 600 professores já recebem ou receberam atendimento gratuito. A expectativa é que cada um deles possa se sentir melhor para acolher seus estudantes diante de tantas adversidades causadas pela pandemia.

Desde abril, professores que desejam uma escuta gratuita com um psicólogo ou psicoterapeuta, podem se inscrever em queronaescola.com.br/apoioemocional e solicitar ajuda individual (semanalmente) ou rodas de conversa com seus colegas de escola ou mesmo seus estudantes acima de 12 anos. Psicólogos e outros profissionais de saúde mental doam seu tempo para ajudar a educação de forma indireta e a equipe do Quero na Escola faz a conexão entre eles.

Todos os atendimentos são online. Nesta edição, no entanto, alguns voluntários atenderam também a estudantes e educadores que já voltaram ao presencial em sistema híbrido.

Já foram atendidos professores de 130 escolas pública. O Estado de São Paulo concentra metade dos atendimentos, mas também há voluntários trabalhando com educadores do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio Grande do Norte, Acre, Bahia, Ceará, Santa Catarina, Mato Grosso e Paraná.

Esta é a segunda edição do projeto Apoio Emocional. A primeira ocorreu em 2020, logo nos primeiros meses da pandemia. Ainda há muitos educadores que aguardam atendimento. Voluntários podem se cadastrar aqui e colocar suas possibilidades de horários disponíveis.

Protagonismo juvenil abre Quero na Escola – Especial Professor 2017

“Como estimular o protagonismo juvenil nos estudantes?”, a pergunta da professora Vânia Elizabeth Ferreira resultou na primeira atividade do Quero na Escola – Especial Professor, projeto desenvolvido em parceria com a Fundação SM para que, no mês dos professores, eles também recebam voluntários para tratar dos temas que gostariam de ver na escola. A resposta à indagação veio em uma dinâmica para alunos e professores da Escola Municipal Israel Pinheiro, em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.

Brenda na conversa inicial sobre o que é protagonismo. Foto: Flavio Tavares

Quem promoveu a atividade voluntariamente foi Brenda Maia, que participa do coletivo Embaixadores de Minas. Na segunda-feira, a escola reuniu 15 alunos e três professores para recebê-la. Depois de conversar sobre a valorização da fala de cada um, de ouvir e de compartilhar sentimentos, ela os colocou em uma posição de escuta e fala alternada. “Fizemos uma roda de escuta com os alunos, no formato aquário de conversação, para valorizar a voz do outro, para entender que ser protagonista é saber sua história, identificar problemas e propor soluções”, explica.

A dinâmica consiste em colocar as pessoas sentadas em roda e apenas uma pessoa posicionada no centro. Quem tem a vez da fala? Isso mesmo, somente quem está sentada no centro. Esse é o momento de expressar-se e dizer aquilo que deseja falar sobre o assunto colocado.

A voluntária procurou puxar possíveis problemas que os adolescentes encontram em seu dia-a-dia na escola. Alguns assuntos renderam mais, como Bullying, por exemplo.

Dinâmica que estimulou fala e escuta chegou a causar emoção. Foto: Flavio Tavares

A professora Renata Karine Lacerda, uma das participantes, deu um depoimento sobre o que achou: “A forma que a Brenda conduziu a dinâmica foi maravilhosa. Quebrou a timidez de alguns, envolvendo a todos. Logo, o grupo se identificou com a atividade. Ela conseguiu abordar temas importantes e de forma diferente do que fazemos no dia a dia escolar”, conta. E conclui: “Vamos utilizar esse aprendizado em sala de aula.”

O Quero na Escola – Especial Professor está com inscrições de educadores abertas desde julho e aceita cadastros até esta sexta-feira, dia 6. Durante todo o mês de outubro, voluntários de diversos segmentos da sociedade conhecerão seus professores presenteados e escolas públicas pelo País.

Participaram 15 estudantes, além de professores da Escola Municipal Israel Pinheiro, em Belo Horizonte. Foto: Flavio Tavares