Restaura Natureza tem nova edição rumo a COP

Como enfrentamento à crise climática que tem preocupado e impactado a humanidade, jovens estudantes de todo o Brasil podem fazer algo significativo em seus contextos na 3ª Restaura Natureza, a Olimpíada Brasileira de Restauração de Ecossistemas. A competição colaborativa é uma realização do WWF-Brasil com organização da Quero na EScola. Esta edição, além de responder a um momento em que as mudanças climáticas estão mais evidentes, está fortemente conectada à COP 30 do Clima, que em 2025 será realizada no Brasil, em Belém (PA).

A olimpíada oferece aos participantes a possibilidade de realizar uma ação positiva em benefício da vida no planeta, diante de um contexto alarmante, em que toda a população brasileira sofre as consequências negativas das queimadas que se espalharam pelo território, e de outros problemas ligados a desequilíbrios ambientais como a escassez hídrica e inundações. 

Uma das sugestões de ação prática apresentada aos estudantes, por exemplo, é a criação e desenvolvimento de uma COP do Clima local, focada na discussão e busca de soluções para os desafios ambientais enfrentados em seu território. Outra ação sugerida aos participantes é para a diminuição dos efeitos das mudanças climáticas, com propostas como a desimpermeabilização de calçadas e descompactação do solo.

“O estudante que participa da Restaura Natureza entende, na teoria e na prática, a conexão do cuidado com o meio ambiente para o combate ao aquecimento global e as consequentes mudanças climáticas, que acarretam eventos extremos e de difícil previsão. Os jovens não devem ficar paralisados, mas lutar por um presente e um futuro melhor, ao aplicar os seus talentos, colocando a mão na massa. Eles têm a força de atuar como agentes multiplicadores, conscientizando familiares e suas comunidades de que é urgente recuperar os ecossistemas para enfrentar os desafios da humanidade que estão nos noticiários – e nas nossas vidas – todos os dias”, diz Thiago Belote, Especialista de Conservação e Líder de Restauração do WWF-Brasil.

Live de lançamento

A partir de 16 de outubro, estudantes e professores já poderão conhecer, no site da Restaura Natureza (restauranatureza.org.br), as etapas da olimpíada e ter acesso ao conteúdo de preparação para a competição colaborativa. Um evento online será realizado no YouTube do WWF-Brasil para apresentar ao público as novidades desta edição.

Podem participar gratuitamente da competição colaborativa estudantes do 7º ao 9º ano do Ensino Fundamental e do 1º ano do Ensino Médio de escolas públicas e privadas de todo o país. As inscrições serão abertas em 4 de fevereiro de 2025. “Com este lançamento antecipado, alunos e professores têm mais tempo para se familiarizar com o conteúdo que servirá para pontuar melhor nos quizzes da Fase Online. Quem começa agora também tem mais tempo de preparar uma ação de restauração caprichada e aumentar as chances de ser vencedor”, diz Cinthia Rodrigues, cofundadora da Quero na Escola, associação sem fins lucrativos voltada à educação.

A olimpíada é composta por duas fases simultâneas: a Fase Online, que apresenta 10
Temas Formativos e convida os estudantes a testarem seus conhecimentos individualmente, e a Fase Prática, realizada em grupo, em que as crianças e jovens irão desenvolver, acompanhados de um professor responsável, os seus projetos relacionados ao uso de tecnologia, plantio, incidência política, campanhas de engajamento ou qualquer ação que promova a restauração dos ecossistemas. Todos os grupos que enviarem um relato de suas ações concorrerão em duas categorias: Comissão Julgadora e Voto Popular, que valem prêmios. 

Um processo de escuta foi realizado com professores e profissionais de educação de diversas cidades brasileiras para que a Restaura Natureza contemplasse as demandas da comunidade escolar. O desenvolvimento da olimpíada também considerou as necessidades e temas urgentes apontados por especialistas em restauração do WWF-Brasil e parceiros técnicos. 

A Restaura Natureza tem como embaixadores a professora e historiadora Keilla Vila Flor e o carismático personagem Chico Bento, por meio da parceria institucional com a Mauricio de Sousa Produções. Também são parceiros institucionais o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), os Escoteiros do Brasil, a Mostra Ecofalante de Cinema, a Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (SOBRE) e o Instituto Alana, por meio do programa Criativos da Escola. A empresa Aegea é apoiadora da olimpíada.

Ainda dá tempo de participar da Olimpíada de Restauração

A Restaura Natureza – Olimpíada Brasileira de Restauração de Ecossistemas teve suas inscrições prorrogadas até 31 de maio. Estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental ao 1º ano do Ensino Médio podem participar da competição que é lúdica e colaborativa, porém trata de um tema muito sério e urgente: a restauração dos nossos ecossistemas para garantir qualidade de vida.

São duas etapas: uma online em que os estudantes fazem quizzes em que aprendem de forma gamificada e outra prática em que desenvolvem projetos a partir dos aprendizados e do seu próprio contexto. São 10 grandes temas: mudanças climáticas, povos originários, segurança alimentar, conservação, leis que protegem a natureza, comunidades tradicionais, escassez hídrica, biodiversidade e técnicas de restauração. Todos assuntos do dia-a-dia, bem frequentes no noticiário, e relacionados com o currículo escolar. Em paralelo, aqueles estudantes que quiserem formar grupos podem passar a fase prática. A olimpíada traz 28 planos de ação para inspirar as comunidades escolares a desenvolverem os seus.

A Restaura Natureza é uma iniciativa do WWF-Brasil, alinhada ao tema da Década da ONU e organizada pelo Quero na Escola. Esta é a segunda edição. Na primeira, 7 mil pessoas se cadastraram e 200 projetos de restauração foram criados por grupos de estudantes.

Todos os grupos que enviarem relatos das suas ações de restauração de ecossistemas concorrem em duas categorias: Votação Popular e Comissão Julgadora.

Aqui você encontra um Guia Prático com todos os passos!

Um aluno é mais que um ‘futuro profissional’

Por Nájla Karen*

Você já se sentiu pressionado(a/e), dentro da escola, a decidir qual carreira irá seguir? Dentre as diversas incertezas que nós lidamos na adolescência, a decisão do que vamos fazer por possivelmente o resto da vida é um peso que carregamos e somos pressionados, mesmo que indiretamente, a decidir o quanto antes. Em escolas públicas é comum haver o incentivo aos estudos com a justificativa de conquistar uma “boa” carreira futuramente, mas além de futuros profissionais, o que somos?

Desde os primeiros anos do ensino fundamental II meus professores mencionaram a possibilidade de estudar em escolas técnicas, como Institutos Federais e Etecs, no intuito de começar a consolidação de um currículo desde cedo. Já na Etec, segui ouvindo, desde o primeiro dia de aula, o quão vantajosa a minha formação técnica seria para o meu futuro, já que me ajudaria a conquistar as melhores oportunidades no mercado de trabalho.

Quando pesquiso sobre as possibilidades disponíveis para o meu futuro após o ensino médio, quase todas estão ligadas a uma carreira profissional. Quando não me é indicado fazer outro curso técnico, é indicado ingressar no ensino superior. Quando nenhuma dessas opções se aplicam, devo ingressar no mercado de trabalho ou estudar para prestar concursos públicos. A única opção que foge desse padrão é fazer um intercâmbio, o que é uma realidade distante da maioria dos alunos de escola pública, que não têm condições de pagar por algo do tipo.

Desde a infância, somos preparados para sermos bons profissionais, e com a implementação do novo ensino médio, acredito que seremos levados cada vez mais a nos desenvolvermos profissionalmente, enquanto nos falta incentivo para desenvolver habilidades pessoais e socioemocionais. Se alunos fossem preparados para serem pessoas equilibradas emocionalmente e conscientes, consequentemente seriam melhores profissionais, e por isso acredito que as escolas deveriam se preocupar mais em explorar as capacidades dos alunos para além de um currículo profissional.

Eu, por exemplo, me engajo em atividades que vão além da sala de aula e saem da bolha de me preparar para o mercado de trabalho – como dança e trabalho voluntário em um clube Girl Up e no Globalizando -, me levando a interagir com a comunidade em que estou inserida. Nessas atividades, tenho desenvolvido habilidades socioemocionais úteis para a vida e para o mercado ao mesmo tempo, como comunicação, reconhecimento de vulnerabilidades e liderança. Apesar de eu ter me engajado nessas atividades por conta própria, membros do corpo docente e direção da minha escola costumam achar interessante e enriquecedor quando conhecem mais a respeito. Assim, ainda acredito na possibilidade de um dia as escolas verem mais do que força de trabalho nos alunos, mas potenciais que vão além da sala de aula e do escritório.

Com isso, deixo aqui o meu incentivo à você, aluno(a/e), para explorar as suas habilidades e gostos pessoais. Nós somos muito mais do que futuros profissionais, somos o futuro. Se permita descobrir e desenvolver habilidades que nem imaginava que teria, explorar seus gostos, se envolver com o local em que está inserido(a/e) e viver uma vida além da vida profissional e acadêmica. Aceite desafios e lidere a mudança, para que um dia o incentivo ao desenvolvimento pessoal seja algo normal, não um caso isolado.

* Nájla Karen é estudante da Etec Professor Camargo Aranha, em São Paulo, e tem 17 anos

Escolha os campeões da Restaura Natureza

Está no ar a página de Votação Popular com registros das ações práticas de restauração de ecossistemas feitos por estudantes na 1ª Olimpíada Brasileira de Restauração de Ecossistemas – Restaura Natureza. A competição colaborativa escolar é uma realização do WWF-Brasil organizada pela Quero na Escola e alinhada à Década da ONU da Restauração de Ecossistemas (2021-2030). Os resultados são surpreendentes.

Participam da competição colaborativa 208 projetos de 14 estados e do Distrito Federal. Os estudantes de 7º ao 9º ano e seus professores orientadores plantaram, mapearam, iniciaram projetos, conversaram com poder público, produtores e movimentos e iniciaram ações de restaurações de seus ecossistemas.

Qualquer pessoa poderá votar, apenas uma vez, nos seus dois projetos preferidos. Cada voto recebido pelo grupo como melhor ação restauradora valerá 1 ponto. “A quantidade e a qualidade dos projetos apresentados nesta primeira edição da Restaura Natureza são uma paisagem inspiradora do quanto as comunidades escolares já são uma força poderosa na restauração de ecossistemas. É emocionante ver que muitas das ações incorporaram conceitos técnicos ainda pouco conhecidos no ambiente escolar e até fora dele”, afirma Gabriela Yamaguchi, coordenadora da Restaura Natureza no WWF-Brasil.

“Ficou claro para nós que muitos grupos estavam fortemente engajados em seus projetos, dedicados não só a vencer a competição, mas também em promover uma ação que pudesse beneficiar a comunidade e o seu entorno. Eles não só aprenderam conceitos importantes como inovaram e construíram projetos que deixam legados”, afirma Cinthia Rodrigues, cofundadora da Quero na Escola, associação sem fins lucrativos voltada à educação. “No fim das contas, essa é uma competição em que todos ganham”, acrescenta.

Os vencedores das categorias Voto Popular e Comissão Julgadora serão divulgados no dia 04 de junho de 2022.

Quatro dicas para tornar este mês de agosto inspirador

Neste mês de agosto, o Quero na Escola separou dicas e oportunidades bem variadas pra você – de cinema até cursos online, e tudo gratuito. Vem conferir:

1) Cinema em casa: O Itaú Cultural Play é uma plataforma de streaming totalmente grátis e dedicada apenas ao cinema brasileiro. Você pode ver filmes de todas as regiões do país, inclusive várias produções de diretores e diretoras indígenas. Vale conhecer!

2) Aula com a Malala! Parece sonho, mas é verdade: Malala Yousafzai será uma das professoras de um curso online e gratuito da PUCRS sobre liderança, capacidade de aprender e resiliência. A aula de Malala será sobre a importância da educação para o desenvolvimento pessoal e profissional. Veja mais informações e inscreva-se até 22 de agosto no site da PUCRS

3) O que foi a ditadura? A Folha de S.Paulo preparou um curso online e gratuito sobre o regime militar que vigorou no Brasil após o golpe de 1964. São quatro aulas cheias de recursos de áudio e vídeo que ajudam a entender este duro período da história brasileira e o impacto que segue tendo nos dias de hoje. Acesse aqui.

4) Quer fundar um grêmio na sua escola? A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas tem este passo-a-passo super completo, com todas as dicas, documentos e leis para você se basear.

Se liga na dica, estudante: mês de junho com dicas

Neste mês de junho, separamos dicas importantes e imperdíveis para vocês, estudantes! Se você é Tik Toker, saiba que é possível estudar por lá. Além disso, existem outras oportunidades que você precisa conhecer. Vem ver aqui:

Dicas de perfis no TikTok para estudar!
1) Redação do Enem:
Você precisa conhecer as dicas e vídeos do perfil Redação Online no TikTok. Eles são objetivos e podem te ajudar a melhorar na redação! 

2) Inglês com o TikTok: O Mr. Diego Santana, professor Tik Toker, você encontra várias dicas rápidas sobre a língua inglesa. É simples e pode te ajudar na missão poliglota. 

3) Dificuldade em Matemática? Conheça Sandro Curió: Fórmulas, macetes e revisão é com ele mesmo!

4) Exercícios de Física no TikTok: O professor de física Rafael Jadoski e os seus vídeos mostram de forma prática como aprender as matérias da disciplina.

5) E para os amantes da ciência: No TikTok, o perfil Microscópio & Ciências apresenta diferentes objetos, alimentos e outros itens no microscópio. Para os também curiosos, esse perfil é o ideal. 

Neste mês do Meio Ambiente, separamos dicas de canais do Youtube com o tema de Sustentabilidade

Minuto da Terra: Trata sobre sustentabilidade, especificamente, nessa playlist aqui sobre Ecologia.

Casa Sem Lixo: Com diversas dicas de redução de lixo, este canal conta a história da família que mudou os hábitos para produzir menos resíduos. Você pode conhecer, clicando aqui.

Menos 1 Lixo: Também com a temática sobre a redução de lixo, a dona do canal Cristal Muniz apresenta várias dicas para uma vida mais sustentável. Vem conferir aqui.

+OPORTUNIDADES

Oficina gratuita: “Escrever o amor nos tempos de pandemia” 

Com coordenação de Ricardo Hirata, o curso tem 30 vagas e ocorre nos dias 05, 07, 12 e 14  de julho, das 18h às 20h30. As inscrições ficam abertas até dia 20 deste mês e a seleção será pela análise de ficha de inscrição: https://forms.gle/qpQioppTMTWZZTpDA 

A partir de trechos das obras O Amor nos Tempos do Cólera (Gabriel García Márquez) e Fragmentos de um Discurso Amoroso (Roland Barthes), a oficina propõe um espaço de criação compartilhada da experiência amorosa, tal como é possível num cenário pandêmico. “A despeito dos desafios, todo amor requer uma folha em branco. Independente do desfecho, cada história merece ser contada”, diz o chamado ao curso. E aí, temos corações a procura de amores que se animam?

Gerando Impacto por meio da Tecnologia: Um programa online com foco em competências digitais para o desenvolvimento de projetos com impacto social. Esta formação não exige nenhum conhecimento prévio. Se você é uma menina de 14 a 18 anos que quer mudar o mundo, você pode fazer parte da nossa comunidade.

Participe deste programa online, livre e gratuito de tecnologia para jovens latinas. Inscreva-se em: https://www.conectadaslatam.la/pt/home 

Não se esqueça, aluno, estamos sempre aqui por vocês. Nosso projeto Ponto Extra está aguardando seus pedidos sobre temas que gostaria de aprender ou que tenha dificuldade. Conseguiremos voluntários que possam ajudar no formato online. Para saber mais, clique aqui

Quero na Escola, ações online e práticas educomunicativas

Por Bianca Coelho

Publicado originalmente no site Base Educom

Após ingressar na universidade pública, há quase dois anos, fui estagiária no Quero na Escola. Esta é uma ONG, que existe há 05 anos, com foco nos alunos do ensino público. Eles entram em nosso site e fazem pedidos por temáticas que gostariam de aprender. A equipe conecta voluntários que possam atendê-los. Os objetivos do programa são, em principal, o protagonismo dos jovens e a participação de voluntários interessados. É também oferecer às escolas parceiros do entorno, promover integração dos estudantes com diferentes setores da sociedade, reunir informações sobre as demandas dos jovens nas escolas públicas e contribuir com novos aprendizados e desenvolvimentos.

Durante o ano de 2020, enfrentamos novos desafios dentro das adaptações no formato online. 

Pandemia e o “novo normal”: e agora?

Quando se iniciou a pandemia no ano passado, nós da equipe realizamos uma reunião em que foi debatido e concluído que continuaríamos nosso trabalho, só que os pedidos atendidos aconteceriam no modo online a partir daquele momento. Ou seja, sempre fizemos a mediação e a conexão entre os envolvidos (escola e sociedade) à distância, mas as ações eram presenciais, dentro das escolas. Nosso trabalho era fazer o alinhamento entre as pontes (aluno-escola-voluntário) e o voluntário ia até a escola do aluno que fez o pedido. 

Com o covid-19, as ações aconteceram em dois formatos: lives abertas no Facebook e encontros fechados via Google Meet, sendo a critério da proposta enviada pelo voluntário. Cada pessoa da equipe tinha uma quantidade x de pedidos para alinhar as informações (disponibilidade, plataforma a ser utilizada, como ocorreria a ação). Por exemplo, com os pedidos que estavam comigo, fazia toda a comunicação com o voluntário e depois com o estudante. Conseguíamos outros alunos interessados participantes do Quero na Escola e fazíamos os encontros acontecerem. Para que as atividades online acontecessem, fizemos material de orientação para o voluntário entender como utilizar as plataformas da melhor forma. Além disso, fazíamos reunião com estes voluntários antes da ação online para conversar, conhecer e orientar como funcionariam os encontros.

O Quero na Escola também realizou entrevistas com alunos da escola pública e entendeu a necessidade de outro projeto: o Quero Livro. O aluno pedia em um formulário algum livro que gostaria de ter e nós conseguíamos os voluntários para comprar ou doar o livro a este aluno. O projeto durou de julho a  outubro, tendo o encerramento em novembro de 2020 com 105 livros entregues na residência dos estudantes participantes. 

Por fim, outro projeto realizado pela ONG foi o Apoio Emocional – Especial Professor que realizamos reuniões anteriores para consolidar as ideias e os objetivos. Demos foco à saúde emocional dos professores também da rede pública. Eles poderiam realizar 03 tipos de pedidos (apoio individual, escuta coletiva entre colegas de profissão e ação com alunos). O projeto durou de julho a novembro de 2020. E trago news: estamos com a segunda edição! Se conhecer algum professor que possa estar precisando de ajuda emocional, clique aqui para mais informações. 

      Imagem utilizada nas redes sociais do Quero na Escola para anúncio das ações online. 

Ok, mas como aconteceu a conexão com os voluntários?

Diante de todos os objetivos da ONG em realizar atividades com temáticas escolhidas por alunos, perfaz a utilização do meio virtual para tratar dos aspectos importantes de cada processo. De início, pensa-se em uma organização dialógica e aberta ao contatar o(a)s aluno(a)s, voluntários(a)s e demais indivíduos da gestão escolar. Em todas as reuniões da equipe, é debatido como lidar com determinadas situações, visto que o contexto denota múltiplas particularidades.

A forma de dialogar por meio dessas redes não é a mesma. No WhatsApp, existe uma maior aproximação e contato que pode, muitas vezes, demonstrar-se mais rápido. Já no Facebook e no e-mail, são utilizadas outras estratégias de comunicação (como artes e textos respectivamente). 

Desta forma, o termo mediação, ativa e virtual nesse contexto, é usufruída no que diz à comunicação existente nesses espaços e não mera transmissão de informações (emissor –

mensagem – receptor). Em cada contexto e situação, a mediação dá-se de modos distintos, pois é construída em conjunto, tendo a voz dos participantes envolvidos como indispensável para o agendamento de atividades. 

No formato online realizado em 2020, para além da mediação nas redes sociais, enviávamos material de orientação sobre as plataformas Google meet e Hangouts para os voluntários e alunos participantes enviados via WhatsApp. Neste arquivo, foi feito o passo a passo com informações importantes do que era preciso ser feito para acessar e aspectos importantes a serem utilizados nos encontros. 

O que tem de prática educomunicativa na ONG?

Dentro do fundamento de comunicação dialógica, a reflexão e ressignificação dos participantes do processo (voluntário(a)s e aluno(a)s) sobre a atividade é classificada como mediação. Este processo foi explorado por Jesus Martín-Barbero que declarou a influência da comunicação na cultura e sociedade, sustentando também a significância da compreensão crítica do receptor. 

Com relação à Educomunicação e ao que foi colocado por Barbero, vê-se a mediação, inserida no processo comunicacional, como parte fundamental para a ocorrência das atividades promovidas pela ONG. Este processo de orientação e acompanhamento anterior que é trabalhado por tempo determinado até que chegue o dia da atividade online colabora para a dialogicidade e empatia, dando maior sentido às temáticas desenvolvidas.

Também há de destacar a importância da transformação no ensino público que a ONG Quero na Escola, de diversos modos, apresenta, desenvolve e trabalha. Outrossim, como relatou o psicólogo estadunidense, Howard Gardner, citado no site Geekie, “a qualidade do sistema educacional de uma nação será uma das principais determinantes – talvez a principal – de seu êxito durante o próximo século e para além dele” e é através dessa busca de qualidade, em que é inevitável o protagonismo do estudante, o estímulo ao conhecimento e à criticidade, bem como da inserção de diversificadas temáticas sociais no dia a dia dos estudantes (princípios também relacionados às práticas educomunicativas e que o projeto proporciona), que ocorrem transformações concretas na educação. 

E o que aprendemos com tudo isso?

2020 permitiu uma abertura no Quero na Escola nunca feita antes. Nos outros anos, mesmo com a insistência dos envolvidos (aluno-voluntário-escola), não realizávamos as ações no formato online. 

Durante o ano passado, a exceção se tornou o nosso dia a dia. Então, continuar atendendo os pedidos dos alunos da escola pública dentro de uma dialogicidade no online foi um desafio e também um resultado alcançado. Ao todo, fizemos 70 ações online (abertas e fechadas) com feedbacks positivos.

Algumas das ações ficaram gravadas no Facebook e os minicursos fechados ficaram gravados no drive, sempre disponibilizado aos estudantes. Os alunos relataram a importância desse armazenamento, já que muitos não possuíam internet no momento do encontro síncrono. Vimos voluntários atendendo alunos de diferentes estados e que, normalmente, este não conseguiria pegar um avião e ir até a escola daquele aluno. Tivemos a participação de voluntários brasileiros internacionais que também conseguiram atender os jovens daqui. Então, tornamos o processo mais acessível, mesmo no online. 

Após um ano difícil, sentimos a necessidade de ouvir novamente os alunos através de entrevistas. No final de 2020, entendemos que a demanda havia sido modificada: eles queriam agora também ter a chance de lidar com as dificuldades das temáticas curriculares e ligadas ao mercado de trabalho. Assim, nasceu o Ponto Extra que já atendeu mais de 05 estados diferentes. Através do feedback dos alunos, busca-se cada vez mais atender de acordo com a necessidade. 

Como eterna estudante da escola pública, acredito em um ensino público de qualidade. Acredito completamente no potencial dos estudantes e são eles que, inclusive, foram os maiores prejudicados nesta pandemia e que quero ver na universidade pública. 

Mais ainda, é porque acredito que também entendo a importância de transformar a educação (com práticas educomunicativas) através de quebras de paradigmas e apoios/suportes nas necessidades dos integrantes da escola. Acredito e continuarei acreditando. Nós pelos nossos.

Referências 

BARBERO, Jesus Martin. Dos meios às mediações. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997.

Links da internet

A transformação da educação nunca foi tão necessária e possível. Disponível em:

https://www.geekie.com.br/blog/artigo-transformacao-educacao. Acesso em: 30 de maio de 2021. 

Dicas e oportunidades para estudantes neste mês de maio

Já pensou em fazer parte de um time de jovens lideranças? Ou será que você curtiria mais participar de uma mostra audiovisual ou fazer cursos gratuitos? Este mês o “Se liga na dica, estudante!” tem ainda dicas de canais de estudos no Telegram. Confira:

Agentes da cidadania: O programa busca reconhecer e fortalecer jovens lideranças locais por meio de formações, mentorias e realização de ações em cultura política, democracia e cidadania. Eles estão querendo aumentar o time. Mais informações no instagram deles @agentesdacidadania.

1ª MostraDOC juventudes: Dá tempo de pegar o final da Mostra que começou no dia 7 e vai até esta sexta-feira. A @tvdoc.capao criou sua primeira mostra audiovisual voltada a produções de jovens pretes para jovens pretes. A MostraDOC Juventudes é uma mostra de conclusão da Oficina Processos de Criação Audiovisual oferecida pela Tv Doc Capão em parceria com a Oxfam Brasil.

Cursos gratuitos: O @1mioportunidades e o @senai_nacional firmaram parceria que renderá muitas oportunidades para adolescentes e jovens. São mais de 20 cursos totalmente gratuitos e online (EAD). Mais informações em: www.1mio.com.br

Ninguém na Rua é um filme do Gabriela Nogueira, disponível na 1ª MostraDoc Juventudes.

+OPORTUNIDADE

600 VAGAS PARA MENINAS: Projeto Astrominas da USP recebe inscrições de alunas de 14 a 17 anos para imersão on-line em atividades sobre Astronomia, Física, Oceanografia, entre outros temas. As inscrições vão até 7 de junho por meio deste formulário on-line. A previsão é para 600 vagas que serão assim distribuídas: 20% entre estudantes de grupos PPI (pretos, pardos e indígenas), 60% para alunos de escolas públicas (PPI e não PPI) e 20% para escolas privadas (PPI e não PPI). Acesse o Jornal da USP para ver a matéria completa, clicando aqui

Dicas de canais no Telegram para estudar e receber dicas!

Canal Só Português: Redação e literatura para o Enem, vestibulares e concursos públicos. Disponível no link: https://t.me/portugues

Canal Café com Letras: Para quem gostar e quiser saber mais sobre Língua Portuguesa este é o canal perfeito. Disponível no link: https://t.me/cafecomletras

Canal Aprendendo Inglês: Quer receber dicas de Inglês? Acesse: https://t.me/AprendendoIngles

Canal Tudo com Excel: Problemas em usar o Excel: só quem vive sabe. Para aprimorar, aulas e consultoria de Excel neste canal. Disponível no link: https://t.me/tudocomexcel 

Canal Cosmos Astronomia: É apaixonado(a) por Astronomia? Notícias, curiosidades e universo, clicando aqui

Canal Humanas: Do humor à crítica filosófica, o seu canal de humanas no Telegram! Disponível no link: https://t.me/humanas 

Apoio Emocional:

E uma outra oportunidade que você não pode deixar de compartilhar: o Quero na Escola, em parceria com a Fundação SM, está com a segunda edição do projeto Apoio Emocional para educadores da rede pública. Se você conhece algum professor que possa estar precisando, ou mesmo quer dar a ideia do professor pedir para toda sua turma, compartilhe o link de inscrição: queronaescola.com.br/apoioemocional

Livro do Quero na Escola sobre estudantes inspiradores está à venda

Toda a renda da 1ª edição do livro “21 histórias de estudantes que mudaram a escola” será revertida para o Quero na Escola

Você já deve ter ouvido falar em Malala Yousafzai, a jovem que enfrentou o Talibã pelo direito das meninas estudarem, ou em Greta Thumberg, a estudante que se tornou a principal voz contra o aquecimento global, certo? E em Alicy Neres, a cearense que reduziu o abandono escolar na sua escola? Já ouviu falar na história dos chilenos Ayelén Salgado e Víctor Chanfrau? E no sulafricano Nkosi Johnson? Estes são alguns dos personagens famosos e anônimos do livro “21 histórias de estudantes que mudaram a escola”.

A coletânea escrita por Cinthia Rodrigues e Luciana Alvarez, duas das criadoras do Quero na Escola, mostra como a educação não é estática ou algo que só os adultos podem mudar. No Brasil e no mundo, meninas e meninos, ainda em sua formação básica, mudaram algo na escola que afetou a vida deles mesmos e de seus colegas.

As histórias têm ilustrações exclusivas de Fernanda Ozilak, que também fez o projeto gráfico. Toda a renda da primeira edição, que conta com apoio do Instituto Olga Kos e do Instituto Unibanco, será revertida para o Quero na Escola.

Interessados podem adquirir o livro aqui, no site da editora Saíra.

Cada história pode ser lida separadamente e conta com um “saiba mais” com dados sobre o tema que inspirou os estudantes protagonistas. As informações podem ser o ponto de partida para pesquisas sobre os temas, que vão da história dos Tupinambá, povo de uma das personagens, ao perigo das telhas de amianto, que levaram um trio de estudantes portugueses a uma campanha pela troca dos telhados. Ao final, os leitores também são convidados a contar ou planejar suas histórias.

O negacionismo ambiental como empecilho no combate às desigualdades

Por Álvaro Samuel

Em 2020, o dia da sobrecarga da Terra foi em 22 de agosto, isto é, desta data até o último dia do ano, a humanidade estava consumindo o que o planeta não tinha a oferecer, prejudicando nosso futuro e das próximas gerações. Ou seja, usamos 1,6 planeta em um ano. Só para lembrar: Não temos “Planeta B”. 

Lamarck, personalidade naturalista e biólogo francês, defendia que o meio ambiente gerava uma necessidade de adaptação e modificação do ser humano. Apesar de sua ideia não ser validada na comunidade científica de biologia, é aplicável a contextos sociais. Por exemplo, as pessoas, principalmente no campo digital e social, são influenciadas mesmo inconscientemente a tomar certas atitudes, como aderir ao uso de produtos e serviços, e, consequentemente, defender algumas perspectivas e frentes sociais. Logo, é necessário que haja uma responsabilidade social sobre os conteúdos divulgados nesses campos, tendo em vista que as Fake News são um dos grandes perigos na atual sociedade. 

A seguir serão expostos dados reais desenvolvidos com responsabilidade social, ambiental e científica. Tente não se assustar! 79% dos grãos produzidos no Brasil viram ração; 75% das áreas cultiváveis do mundo são destinadas para pastagem ou produção de ração. Porém, carne e derivados devolvem só até 18% das calorias consumidas para suas produções; 97% da água do planeta estão no oceano, o restante, 3% de água doce, tem 90% de seu uso destinados para a agropecuária globalmente.  

Segundo a Menos 1 Lixo, um boi de 3 anos de idade consome durante sua vida, 3 milhões de litro de água, 1300 kg de grãos e, logo, para consumir 1 kg de carne, consome-se quase 16 mil litros de água, o que, segundo a ONU, é o que um ser humano necessita para viver por 4 meses. Ressalta-se que uma vaca defeca 37 kg de fezes por dia, o problema maior é que todos pesticidas, inseticidas, antibióticos e gases são multiplicados por mais de 1,49 bilhão de bovinos. Logo, a pecuária é responsável por 65% das emissões de óxido nitroso, e 18% de todas as emissões de gases.  

Por conseguinte, um dia com uma alimentação 100% vegetal poupa 14 kg de CO2 (equivalente a 100 km de carro rodados) de serem emitidos na atmosfera, e 3400 litros de água por dia, isso porque produzir um quilo de carne consome 15 vezes mais água do que produzir um quilo de grãos, feijão, frutas ou vegetais. Segundo a FAO (“Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura”), a pecuária é responsável por mais de 80% do desmatamento brasileiro, a problemática é tão grave que por minuto uma área equivalente a um estádio de futebol é devastada pela pecuária na Amazônia.   

Se o dinheiro gasto nessas indústrias insustentáveis fosse investido em garantir o direito à água potável, 748 milhões de pessoas que atualmente não possuem esse acesso beberiam água apropriada à saúde. Se parássemos de criar e alimentar animais para consumo, o Unep (“Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente”) diz que conseguiríamos alimentar mais 3,5 bilhões de pessoas no planeta com as atuais terras agrícolas, ressaltando-se que, em 2019 quase 690 milhões de pessoas passaram fome segundo a própria ONU, isso numa realidade anterior a pandemia de COVID-19 que agravou ainda mais o percentual de pobreza, no qual mais de 700 milhões de pessoas vivem com menos de 1,90 dólar/dia.  

2,7 trilhões de peixes são mortos todos os anos, ou seja, 5 milhões a cada minuto.  Os cientistas estimam que cerca de 650.000 baleias, golfinhos e focas são mortos todos os anos por navios de pesca. A situação é catastrófica ao ponto de que se essa realidade não for mudada o mais rápido possível, os oceanos estarão sem peixes até 2048. “Ah! Mas e se o consumo for apenas diminuído?” Não será em 2048, mas poderá ser 20 anos depois. A alimentação humana à base de produtos animais não é mais sustentável para o mundo. 

O equipamento de pesca descartado é o maior poluidor de plásticos nos oceanos. E ainda há pessoas que acreditam que ao banir canudinhos de plástico vai ajudar o planeta, lembrando que os mesmos representam apenas 0,03% dos resíduos plásticos nos oceanos. É como querer acabar com o desmatamento da Floresta Amazônica ao parar o consumo de palito de dente. 

Cabe citar o documentário “Toda a Verdade: Amazônia — Território Ameaçado” guiado por uma mulher estrangeira — o que gera polêmicas por parte de alguns brasileiros que defendem a ideia de que preservação ambiental é “papo de gringo” para se apossar da maior floresta tropical do mundo. Conforme o próprio título do vídeo publicado no Youtube em 2019 explana, a realidade das ações do ser humano a respeito da natureza é triste e inconsequente, principalmente no que diz respeito à atual inconsciência social e ecológica sobre a Floresta Amazônica e comunidades locais, sejam elas indígenas ou ribeirinhas. À medida que o impacto promovido por poderosos é indireto — já que estes não destroem áreas florestais pessoalmente, pois têm seus subordinados — e acumulativo, as populações dos grupos prejudicados pela ganância do homem branco são mais e mais afetadas de maneira irreversível. Isto posto, as consequências de tal ganância são abordadas e apresentadas durante todo o decorrer do documentário, ora como desmatamento para a venda de madeira e instalação pecuária, ora como eutrofização da água pela agricultura e poluição do solo e dos rios por mercúrio como efeito da mineração, bem como desvio das águas dos rios e, por conseguinte, a destruição de ecossistemas dado a criação de hidrelétricas em prol do ”desenvolvimento”. 

Mas o que seria esse desenvolvimento? A quem isso beneficia? Pois bem, são questionamentos levantados neste mesmo documentário que apontam os fazendeiros, madeireiros, mineradores, ou seja, a elite composta de empresários do latifúndio, da agropecuária, da extração madeireira e mineral, e da produção de energia, como os principais beneficiadores e culpados pela destruição da fauna, da flora, e das comunidades que vivem na floresta. Inclusive, essa é uma vertente bem profunda, pois mesmo estando distante da Amazônia, sendo até “sustentável”, não é o suficiente para romper uma relação extrativista e inconsequente da Terra e seus recursos, visto que a energia vem dos rios da floresta, a comida e as madeira de móveis vêm do desmatamento na floresta. E isso é uma responsabilidade coletiva, logo, não só dos que destroem pessoalmente, mas também daqueles que usufruem da vida urbana às custas de destruição.  

Portanto, se faz perceptível a influência necropolítica a respeito das realidades expostas neste texto. Tal como uma certa terceirização de culpa, isto é, continuar sendo conivente em relação às ameaças sociais e ambientais sobre os ecossistemas — como os que formam a Amazônia — e seus habitantes humanos e não-humanos, mesmo ao estar do outro lado do globo, mas continuando a consumir de maneira inconsciente.  

Mas calma que nem toda a realidade é infortuna! Gisele Bündchen, modelo e ativista brasileira, lançou uma campanha em julho de 2020 que visava arrecadar fundos para plantar 40 mil árvores em áreas florestais do Brasil. O projeto seria, primeiramente, para comemorar o aniversário de 40 anos da famosa, entretanto conseguiu tamanha conscientização pelas redes sociais, tendo, por conseguinte, uma arrecadação de mais de 250 mil futuras árvores em menos de um mês de campanha. 

Em suma, já dizia Che Guevara, revolucionário argentino, que o conhecimento faz das pessoas responsáveis. E nesse contexto, isso pode acentuar o negacionismo ambiental em pessoas inconsequentes, ou causar eco ansiedade. Tendo-se acesso à informação, há opções a serem tomadas, como diminuir o consumo de plástico e descartáveis, diminuir até eliminar o consumo insustentável da exploração animal, ou ignorá-la e, consequentemente, desenvolver problemas de saúde (dado que segundo a ONU, 70% das doenças que acometem os seres humanos são de origem animal, como COVID-19), não ter mais água potável, nem vida aquática na metade deste século, e, cada vez mais, pobreza, fome e alienação. Enfim, Erasmo de Roterdão, filósofo neerlandês, dizia há meio milênio: “Não há nada de tão absurdo que o hábito não torne aceitável”. O colapso de toda Terra como consequência da insustentabilidade humana é, ou deveria ser, inaceitável. 

O negacionismo ambiental é tão grave que em plena Cúpula do Clima tem-se personalidades da luta contra a mudança climática, e os principais apoiadores e coniventes da destruição ambiental — líderes políticos do mundo inteiro empoderados pelo consumismo e exploração insustentável da Terra. Será que a presença de tais lideranças necropolíticas neste evento é benéfica para a sociedade, ou só enfatiza a desumanização de “minorias” (povos indígenas, ribeirinhos, subordinados do latifúndio etc.) negligenciadas pelos Estados em amplitude mundial enquanto os mesmos atuam como empecilho no combate às desigualdades? 

Refrerências bibliográficas: 

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BARONI, Aline. Hoje marca o dia em que a Europa consumiu todos os peixes de suas águas; entenda. Mercy For Animals, 2018. Disponível em: https://mercyforanimals.org.br/blog/europa-consome-todos-peixes/#:~:text=Um%20estudo%20de%202006%20afirma,foi%20feito%2C%20h%C3%A1%2012%20anos 

BARONI, Aline. 5 motivos para se tornar vegano pelo meio ambiente. Mercy For Animals. 2018. Disponível em: https://mercyforanimals.org.br/blog/motivos-vegano-meio-ambiente/ 

TODA a Verdade: Amazônia — Território Ameaçado. [S. l.: s. n.], 2019. 1 vídeo (52 min). Publicado pelo canal Documentários Incríveis. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_YbhdXOiv98. Acesso em: 25 ago. 2021. 

SEASPIRICY. Dirigido por Ali Tabrizi. Produzido por Kip Andersen. A.U.M. Films Disrupt Studios. (89 min). Estreia em 24 de março, 2021 (Netflix). 

FAO: 70% das novas doenças em humanos tiveram origem animal. ONU News. 2013. Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2013/12/1460081-fao-70-das-novas-doencas-em-humanos-tiveram-origem-animal 

Pesquisa Trimestral do Abate de Animais. IBGE. 2020. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/agricultura-e-pecuaria/21119-primeiros-resultados-2abate.html?=&t=resultados 

 
LARA, Beatriz. O efeito do veganismo no meio ambiente. Agência UVA. 2020. Disponível em: https://agenciauva.net/2020/12/06/o-efeito-do-veganismo-no-meio-ambiente/ 

 
Agropecuária contribui com 25% das emissões de gases de efeito estufa, diz Imaflora. Revista Globo Rural. 2019. Disponível em: https://revistagloborural.globo.com/Noticias/noticia/2019/11/globo-rural-imaflora-agropecuaria-contribui-com-25-das-emissoes-de-gases-de-efeito-estufa.html 

BARBOSA, Vanessa. A água invisível que “comemos” todo dia sem saber (e seus problemas). Exame. 2018. Disponível em: https://exame.com/economia/a-agua-invisivel-que-comemos-todo-dia-sem-saber-e-seus-problemas/ 

 
NEHER, Clarice. O papel do gado e soja no ciclo de desmatamento. Deutsche Welle. 2020. Disponível em: https://p.dw.com/p/3Wp3q 

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